Coluna Amadeu Filho: Antônio Pinheiro, a alegria e o amor em primeiro lugar

compartilhar no:

Antnio_Pinheiro_1Com os olhos em festa, lembrava que subia muitas serras para ir a um samba.

A Lanchonete Quixadá, localizada na Praça José Linhares da Páscoa(antiga Dr. Revi), no centro da cidade,  firmou-se como um destacado ponto comercial, especializado em lanches de todos os tipos e frequentado por pessoas de todas as idades. 

Este espaço também nos apresenta imorredouras lembranças de um homem que cumpriu, honrosamente, a missão que Deus lhe confiou na terra. Antônio Pinheiro foi exemplo de pai amoroso, amigo leal, esposo Antnio_Pinheirodedicado, sempre humilde, mas, em especial, uma pessoa sempre alegre, dividindo os bons momentos com os inúmeros amigos que possuía.  As pessoas da cidade e que vinham da zona rural, ali se dirigiam não apenas para o lanche, mas para escutar as histórias e estórias contadas de um jeito muito especial por Antônio Pinheiro de Oliveira. Gabava-se de ter começado a trabalhar muito cedo, por volta dos 12 anos. 

Com os olhos em festa, lembrava que subia muitas serras para ir a um samba(naqueles anos o forró era chamado assim). Risos e muita alegria ao contar das namoradas que arranjou no sítio Merejo e em outros locais de Doutor Severiano(município que foi distrito de São Miguel, RN), onde nasceu em 17/12/1920. A escritora e neta de Antônio, Glícia Rodrigues Pinheiro, conta no livro publicado sobre o avô que ele era um símbolo da alegria, conquistando Antnio_Pinheiro_2amigos por onde passou. O irmão Expedito, proprietário das lojas Leblon, foi o responsável pela sua vinda para a terra dos monólitos, nos primeiros anos da década de 60 do século passado. Como veio disposto a trabalhar e bancar o estudo dos filhos, logo conquistou seu lugar no comércio quixadaense. Passando a administrar a Lanchonete Quixadá transformou-a num dos espaços de maior movimento da bela cidade. 

Ao lado dos filhos Alberto e Edival fez da lanchonete um local quase sagrado, pois gente, vindo de todo lugar, ali lanchava e sem esquecer que o proprietário também era uma atração pela alegria sempre Antnio_Pinheiro_4presente, fosse a qualquer hora do dia. Exemplo desta saudade é o que nos revelou o aposentado Antônio José, frequentador do local. Segundo ele, ia lá todos os dias para ouvir as coisas engraçadas contadas pelo amigo Antônio. Ele foi um símbolo de uma vida feliz, fez questão de enfatizar. 

Quando esteve internado em Fortaleza, a forma como encarou o tratamento, emocionou a todos, pois o sorriso jamais deixou de estar presente e o brilho nos olhos mostrava o grande amor que sentia por todos. Aos profissionais da medicina e a família se expressou desta forma: “Meu sofrimento não é nada comparado ao de Jesus”. Naqueles dias no hospital, a lembrança de filhos e netos estava sempre em seu doce coração. Devotava grande carinho aos netos e ao segurar as suas mãozinhas afirmava que elas eram pequenininhas, mas muito poderosas para lhe dar carinho e força no enfrentamento de momentos difíceis da vida. 

Antônio sempre foi muito grato a um jovem, conhecido como Baixinho, que lhe fez companhia nos momentos cruciais. Este moço contava com a confiança de toda a família e queria um imenso bem aquele amigo que, em certos momentos, parecia exercer a função de um pai. 

Segundo Iraci, a filha mais jovem, “o pai sempre procurou fazer o melhor pelos filhos e netos acompanhando nosso crescimento, vigiando nossas necessidades. Ele pedia sempre a Deus para iluminar nossas escolhas, nossas decisões e sempre teve uma preocupação com o nosso estudo mesmo não tendo a oportunidade de se dedicar as letras”. Os filhos Gracinha, o médico Francisco Pinheiro, Alberto, Edival e Iraci sempre acompanharam, com muita preocupação, a saúde de Antônio Pinheiro, pois sabiam que ele era o norte da família com suas orientações, às vezes ,de forma contundente mas, sempre a apontar o melhor caminho a seguir. Sempre falava, com muita saudade, do primeiro filho, o Manoel Dantas, falecido com 20 e poucos anos. Enaltecia a virtude de todos, filhos e netos, vibrando com as conquistas e os consolando nas perdas.

Antônio sofreu muito com a morte de sua querida Socorro, ocorrida no ano de 1996. Eles se casaram em 17/02/1954, união que durou exatos 42 anos. Fortalecido com a fé que sempre esteve presente e o conforto oriundo de filhos e netos conseguiu prosseguir na sua estrada, mas sem jamais esquecer do seu anjo da guarda. Lembrava às vezes acompanhado de uma bela gargalhada, ser muito namorador na juventude, participando dos forrós e gabando-se ser um pé de ouro, mas terminando com tudo isso, pois casar com uma mulher extraordinária, tal qual aquela, foi um grande privilégio dado pelo criador. 

Apesar dos esforços de médicos e da grande dedicação de toda a família, o querido Antônio Pinheiro foi chamado por Deus para outras missões em 07/08/2007. Deixou entre familiares e amigos uma imorredoura saudade e a imagem de uma pessoa alegre e que sempre amou a todos até seu coração deixar de pulsar. Nós, teus amigos e família, jamais te esqueceremos!

Acesse também o blog Amadeu Filho

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional

Escreva algo