‘Matador de facção’ acusado de homicídios em Quixadá facilitou prisão após deixar rastro no TikTok

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Conta de Rener no TikTok pode ter facilitado encontrar seu paradeiro (Foto: reprodução)

Quixadá: O hábito de se manter conectado nas redes sociais pode ter custado caro ao membro de uma facção, apontado como responsável por pelo menos nove homicídios em Quixadá. Rener Silva Rodrigues foi preso há duas semanas e, ao que tudo indica, pode ter ele mesmo facilitado sua prisão depois de deixar um rastro no Tik Tok, a famosa rede social de vídeos.

Rener foi preso no dia 19 de abril em Alexandria, município do interior do Rio Grande do Norte, após uma investigação conjunta entre a Polícia Civil do Ceará e equipes do RN. A imprensa daquele estado detalhou que Rener mantinha um perfil ativo na rede social Tik Tok, onde costumava fazer várias postagens com a sua namorada. 

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Conforme fontes da segurança pública ouvidas pelos veículos daquele estado, o vacilo do acusado foi justamente se manter ativo na rede, hábito que teria facilitado os investigadores descobrirem seu paradeiro. 

Ao Revista Central o delegado da Regional de Polícia Civil de Quixadá (DRPC), Rodrigo Silva, confirmou que o acusado “usava muito as redes sociais”, mas salienta que, diferente do informado pela imprensa potiguar, o fato “não foi um fator crucial para o êxito da missão”. De acordo com o delegado, policiais de Quixadá já vinham levantando a localização de Renê. O investigado foi preso quando saía de casa, por volta de dez da manhã. Os policiais estavam escondidos em uma área próxima à residência e vigiavam seus passos. Segundo a Polícia Civil ele não reagiu. 

Marcado de morte

De acordo com o delegado e Alexandria, Murilo Baessa, o acusado teria cometido os crimes em Quixadá depois de ter se desmembrado de uma facção para poder se integrar ao grupo rival. Ainda de acordo com Murilo Baessa, Rener estava no Rio Grande do Norte morando na casa da namorada para se esconder da sentença de morte de seus antigos colegas de grupo, que decretaram sua execução após ele mudar de lado, gesto visto como um ato de traição entre os faccionados.

Rener foi capturado e agora está a disposição da Justiça (Foto: Polícia Civil RN)

Contra Rener Silva Rodrigues existiam dois mandados de prisão preventiva em aberto, razão pela qual ele foi preso, mas as investigações conduzidas pelas equipes da Segurança Pública de Quixadá colocam em sua conta outras sete execuções, todas motivadas pela disputa do tráfico na região, acerto de contas e queima de arquivo.

Execução no domingo de páscoa

O último dos seus crimes aqui em Quixadá ocorreu no domingo de Páscoa, no bairro Alto São Francisco. Conforme as investigações da Polícia Civil, após cometer as execuções ele voltava para Alexandria, onde continuava a se esconder, mas naquele dia a Polícia Militar agiu rápido e prendeu vinte minutos depois, um comparsa de Rener que participou do homicídio.

Somadas às investigações que já estavam em andamento, a prisão do comparsa facilitou a localização de Renê. Seja como for, seu último vídeo postado antes de ser preso foi dez dias antes de ser detido pelos policiais na frente de sua casa. Ele não estava imune ao ônus que a exposição nas redes sociais traz a todos nós. Tornou-se visto e foi lembrado.