Pefoce: Rickson Pinto matou Yanny Brena com ‘mata-leão’, tentou forjar suicídio da vítima, e horas depois se matou

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Yanny foi morta asfixiada pelo namorado que depois se matou (Foto: arquivo pessoal)

Os detalhes do laudo da Perícia Forense e do inquérito da Polícia Civil sobre a morte da vereadora de Juazeiro do Norte, Yanna Brena, e o namorado dela, Rickson Pinto, divulgados nesta quinta-feira (23), revelam uma premeditação cruel e impiedosa: Rickson agrediu Yanna, asfixiou a namorada com golpe conhecido como mata-leão, tentou simular que a vítima havia praticado suicídio, e horas depois ele se matou.

As provas reveladas pela Pefoce e a Polícia Civil confirmam a hipótese de feminicídio, levantada no dia do crime. Mas os detalhes da investigação revelam um viés de crueldade por parte de Rickson, ele não aceitava o fim da relação com a vereadora e por isso havia premeditado o crime.

Conforme as autoridades de segurança, Yanyy Brena foi morta por Rickson durante uma briga. Esse detalhe foi confirmado pela Pefoce graças a presença de material genético coletado nas unhas do casal. “Embaixo das unhas de Yanny havia material genético de Rickson. Assim como embaixo das unhas dele havia material genético dela”, disse a Pefoce.

A Perícia concluiu também que durante a briga Yanny teria recebido um golpe conhecido como “mata leão” e ficado inconsciente. Depois de ter asfixiado a namorada, Rickson levou o corpo dela até a sala e colocou suspensa no suporte da televisão, tentando forjar um suicídio.

Detalhes foram divulgados em coletiva nesta quinta-feira (Foto: Pefoce)

O procedimento investigativo com mais de 400 páginas, a escuta de 25 testemunhas, e a análise de mais de 60 horas de imagens de câmeras de segurança da rua onde aconteceu o fato, além dos laudos da Pefoce, fez as autoridades concluírem que Rickson teria cometido o feminicídio, tentou forjar uma situação de suicídio de Yanny, e concluiu o fato com o seu suicídio. a morte de Yanny teria ocorrido por volta de meia-noite do dia 3 de março. Já a morte de Rickson teria ocorrido após o fato, entre 4 e 8 horas do dia 3.

Em entrevista a Rádio CBN Cariri, a delegada Suerda Bezerra, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte, declarou que “está convicta que a vítima Yanny Brena não teve chance de defesa frente ao seu assassino, que praticou algumas lesões a sua pessoa antes de imobilizá-la com um mata-leão”.

Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta, a delegada revelou ainda que Rickson Pinto não aceitava o fim da relação, ocorrido um dia antes, depois que Yanny confessou a uma testemunha ouvida no inquérito, ter apanhado do namorado. “Apesar da aparente harmonia do casal, o relacionamento era conturbado. O estopim foi um diálogo visualizado por uma testemunha, na tarde de 2 de março de 2023. O Rickson disse ‘e aí, o que você decidiu?’. E a Yanny respondeu ‘eu já não queria você, e agora que você me bateu, você acha que eu ainda vou querer?'”, disse Suelly.

Julio Torres, perito geral da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), adiciona que não foi encontrado o DNA de uma terceira pessoa na cena do crime e, por conta disso, não se tratava de um duplo-homicídio e, sim, de um feminicídio.

Algumas fake news divulgadas no dia da morte de Yanny e Rickson foram desmentidas pela Polícia, como a versão de que os dois foram encontrados de mãos dadas e que ele havia deixado uma carta. No entanto, ele escreveu num grupo de WhatsApp da família, um pedido para que cuidassem da filha pequena.