Depois de Covid-19 e varíola dos macacos, Fortaleza emite alerta para casos de raiva humana

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Letal e macabra: raiva mata em 99% dos casos e causa sintomas estranhos em humanos (Foto: Superinteressante)

O século XXI trouxe à tona um medo que estava adormedido: o das epidemias. Desde o final da primeira década dos anos 2000, tem se tornando frequente o surgimento de novas doenças envolvendo vírus com o poder de infectar e até matar humanos.

Em 2008 foi com o vírus A H1N1, conhecido como a gripe suína. Foi a primeira vez no século atual que presenciamos pessoas na rua usando máscaras (você lembra?). Em 2013 foi a vez do Ebola, que se disseminou na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Em 2020 milhares de vidas se perderam com a pandemia do coronavírus, um tipo de vírus antigo mas que sofreu uma mutação e deixou um rastro de luto em todo o mundo com consequências até hoje. Atualmente passou a se popularizar o termi Varíola dos Macacos, o que num primeiro momento despertou medo entre a população.

Essa semana o Ceará passa a voltar sua atenção para Fortaleza, depois que a Secretaria de Saúde da Capital emitiu um alerta sobre o vírus da Raiva Humana, uma doença macabra que serviu de inspiração para muitos filmes sobre zumbis no cinema, e que mata em 100% dos casos.

No comunicado a Prefeitura faz advertências e reúne uma série de orientações à população, de modo a previnir o surgimento do vírus entre humanos. “O alerta quanto à doença tem o intuito de orientar sobre a importância de procurar atendimento imediato nos casos de agressão em que o indivíduo não conheça a procedência do animal, a fim de evitar qualquer tipo de risco”, disse a Secretaria de Saúde de Fortaleza em nota.

Casos

Números do Ministério da Saúde referente a 2010 e agosto deste ano, mostrou que 45 pessoas foram diagnosticadas com o vírus da raiva no Brasil. Quatro delas eram pacientes do Ceará. Segundo o jornal O Povo, que divulgou os dados, os pacientes eram dos municípios de Ipu, Chaval, Jati e Iracema.

Em 2018 Brasil investigou possível surto de casos de Raiva no Pará (Foto: USP/Reprodução)

Em 2018 uma espécie de pico de casos de raiva humana atingiu a população do Pará, acendendo o alerta de cientistas do Ministério da Saúde. Naquele ano dez pessoas foram infectadas por morcegos. Desde então nunca se viu no Brasil um número tão alto de casos da doença.

A raiva é letal na grande maioria dos casos, tanto que em todo o histórico da doença em humanos no Brasil, apenas duas pessoas foram curadas, uma em Pernambuco (2008) e outra no Amazonas (2017). Segundo o jornal O Povo as contaminações ocorridas em solo cearense e mapeadas até o momento, duas delas foram atribuídas a primatas, uma a um cão e outra a um morcego.

A raiva pode ser transmitida por animais silvestres como raposas, guaxinins, primatas, morcegos ou domésticos, como cachorros e gatos além de mamíferos através da saliva de animais infectados. É por isso que vacinar cãe s e gatos anualmente é uma medida de saúde pública nacional necessária.

De acordo com o Ministério da Saúde, o período de incubação do vírus varia, sendo, em média, de 45 dias no ser humano adulto. Passado esse período, os sintomas mais comuns entre os contaminados são mal-estar, aumento de temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.