O Natal é marcado por diversos símbolos, como o Papai Noel, os presépios e as luzes que iluminam e enfeitam as cidades. Uma das representações mais importantes desse período são as árvores de Natal, produzidas nos mais variados tamanhos e enfeitadas com diferentes adornos.
Festivais de inverno
Nos tempos mais antigos, antes mesmo de Cristo, plantas e árvores que permaneciam verdinhas todo o ano tinham um significado especial para as pessoas durante os rigorosos invernos.
Assim como hoje decoramos as nossas casas durante a época festiva com pinheiros, os povos antigos penduravam ramos verdes em suas portas e janelas. Em muitos países, acreditava-se que as plantas vistosas afugentavam maus espíritos e doenças das casas.
No hemisfério norte, o solstício de inverno cai entre os dias 21 e 22 de dezembro, época em que esse tipo de decoração acontecia. Tudo porque muitos povos antigos acreditavam que o Sol era um deus e que o inverno vinha todos os anos porque o deus sol havia se tornado doente e fraco.
Dessa forma, os ramos verdes lhes faziam recordar de todas as plantas que cresciam quando o deus sol se tornava forte novamente e a primavera voltava. Era como uma forma de amuleto para que os dias mais amenos e agradáveis voltassem trazendo a vida. Por isso, eles utilizavam vários ramos e folhas em suas casas durante a estação fria, dando os primeiros indícios da tradição da árvore de Natal.
Mais indícios
Os antigos romanos também usavam ramos e galhos para decorar seus templos no festival da Saturnália, que era feito em honra à Saturno, o deus da agricultura a fim de atrair fartura nas plantações. Já os cristãos passaram a usar as árvores coníferas como um sinal de vida eterna com Deus.
Mas ninguém sabe realmente ao certo quando os ramos e pinheiros foram utilizados pela primeira vez como árvore de Natal. Provavelmente essa prática tenha começado há cerca de mil anos atrás no Norte da Europa, onde árvores de abeto (do tipo pinheiro) eram penduradas nas casas com algum tipo de decoração.
Outra possível origem da árvore de Natal tenha vindo do conceito das Árvores do Paraíso. Estas eram utilizadas em encenações medievais que eram feitas na frente de Igrejas na véspera de Natal.
No calendário da igreja primitiva de santos, 24 de dezembro era o dia de Adão e Eva. Dessa forma, a Árvore do Paraíso representava o Jardim do Éden. Essas encenações eram como um tipo de publicidade que contava as histórias da Bíblia para as pessoas que não sabiam ler.
Mais registros
O primeiro uso documentado de uma árvore nas celebrações de Natal e Ano Novo foi na praça da cidade de Riga, capital da Letônia, no ano de 1510. Nessa praça, existe uma placa dizendo que aquela foi a primeira árvore de Ano Novo, sendo que a frase está traduzida em oito idiomas.
Outro registro é de uma pintura da Alemanha em 1521, que mostra uma árvore sendo levada pelas ruas com um homem montado num cavalo atrás dela. O homem está vestido como um bispo, possivelmente representando São Nicolau (santo que é relacionado com a inspiração para o Papai Noel).
Há também um registro de uma pequena árvore em Breman, na Alemanha, em 1570. Ela era descrita como uma árvore decorada com “maçãs, nozes, tâmaras, pretzels e flores de papel”, que era exibida numa casa aliança (ponto de encontro de uma sociedade de homens de negócio na cidade).
Com a luz das estrelas
Segundo algumas fontes, a primeira pessoa a levar uma árvore de Natal para dentro de uma casa, na forma como conhecemos hoje, pode ter sido o monge protestante alemão do século 16 Martinho Lutero. A história conta que, uma noite antes do Natal, ele estava andando pela floresta e olhou para cima para ver as estrelas brilhando por entre os galhos das árvores.
Ele achou que aquilo era tão bonito que foi para casa e disse a seus filhos que a cena lembrava Jesus, que deixou as estrelas do céu para vir a Terra no Natal. Então, para reproduzir e bela cena que tinha presenciado, ele levou uma árvore para casa e a enfeitou com velas.
Outra história diz que São Bonifácio de Crediton (um vilarejo em Devon, Reino Unido) deixou a Inglaterra e viajou para a Alemanha para pregar nas tribos germânicas pagãs e convertê-las ao cristianismo. Ele disse ter se deparado com um grupo de pagãos prestes a sacrificar um menino ao adorar uma árvore de carvalho.
Para interromper o sacrifício, a lenda conta que São Bonifácio cortou o carvalho e, para seu espanto, um pinheiro abeto novo surgiu a partir das raízes. São Bonifácio tomou isso como um sinal da fé cristã, associando a forma da árvore com a Santíssima Trinidade, e seus seguidores decoraram a árvore com velas para que ele pudesse pregar aos pagãos durante a noite.
Porém, a popularização da árvore de Natal aconteceu mais intensamente em 1846, quando os membros da realeza, a Rainha Victoria e seu príncipe alemão, Albert, foram ilustrados no jornal de Londres com os seus filhos em torno de uma árvore de Natal.
Ao contrário da família real anterior, Victoria era muito popular com seus súditos, e o que foi feito na corte imediatamente tornou-se moda, não só na Grã-Bretanha, mas em todos os países de língua inglesa, se espalhando depois para outras partes do mundo.
Conteúdo: MegaCurioso