Coluna Amadeu Filho: Ales, a dignidade do homem não está no tamanho

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Ales_anao12A sua biografia se torna mais bonita, ao destacarmos uma linda, linda demais, história de amor.

Sua estatura era de 1,20m E por causa de tamanho, da condição de anão, poderia ter sido bastante discriminado pela sociedade, mas, Francisco Ales Bezerra, viveu como qualquer semelhante de estatura normal. Estudou, trabalhou, constituiu família e se divertiu muito. Evidente que, em algumas ocasiões, enfrentou problemas relacionados ao preconceito, por características físicas fora dos padrões, mas, nada que atrapalhasse o seu grande amor pela vida e pelos amigos.

Nasceu em 31.12.1935, na cidade de Morada Nova, vindo ainda adolescente, para a Terra dos Monólitos. Ales_anaoInicialmente, morou na residência da senhora Magela (esposa de Raimundo Nobre) e, com muito entusiasmo, estudou no então, Ginásio Valdemar Alcântara. Fez parte da primeira turma do curso ginasial e sua dedicação, seu esforço, foram enaltecidos na noite festiva da entrega dos certificados, ocorrida em 27.11.1960, nas dependências do próprio colégio. Por ter se destacado nos estudos, o jornalista João Eudes Costa fez publicar no jornal ‘O Povo”, o feito daquele jovem que nunca faltou a um dia de aula.

Ales trabalhou durante quase 20 anos, no escritório do senhor Aziz Baquit, ao lado de amigos como Murilo Ales_anao4Viana, Jacinto Gomes, Evandro, Jonas Rocha, dentre outros. Dedicado e honesto, gozava da confiança de toda a equipe de trabalho.

A sua biografia se torna mais bonita, ao destacarmos uma linda, linda demais, história de amor. Bem próximo ao seu trabalho, funcionava o posto do “INPS” e naquele local, uma jovem muito bela, por nome de Liduina, esperava na fila, a hora do atendimento. Ales, no caminho para o trabalho, ficava a olhar, imaginando a oportunidade de comunicar seu encantamento. Numa linda noite de natal (todas as noites de natais são lindas), Ales_anao1depois da Missa na Catedral, os jovens foram à Praça e, em meio aquela magia, declararam o amor de um para com o outro.

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E em meio a tantos jovens, tanta explosão de alegria, o passeio de mãos dadas; a parada na barraquinha para saborear o pedaço de bolo mais gostoso; a volta na roda gigante, pensando alcançar as nuvens e o tão sonhado primeiro beijo. O casamento aconteceu em meados dos anos 70, fazendo a alegria dos incontáveis amigos. Este grande e verdadeiro amor, durou até o falecimento de Ales, ocorrido em 19.07.1984. Desta união, nasceram os filhos Jaqueline e Junior, que fazem valer os ensinamentos dados pelo inesquecível pai.

Os irmãos Edmar, Edvan, a eterna esposa Liduina, os filhos e os  amigos, jamais esquecerão aquele homem que nos mostrou, não ser a  condição física, um motivo para se indignar. Ao contrário, Ales amou o quanto pode, à vida, a família e os amigos. É por isso e algo mais, que não sai de nossas lembranças. Um abraço de todos nós, amigo ALES.

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
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