Quixeramobim pede reforço na segurança para garantir decreto de isolamento rígido contra Covid-19

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Prefeitura de Quixeramobim determinou isolamento rígido para conter o avanço da Covid-19 na cidade. — Foto: Reprodução/Prefeitura de Quixeramobim

 

A Prefeitura de Quixeramobim, Região Central do Ceará, solicitou, nesta terça-feira (18), reforço policial após a circulação nas redes sociais de áudios com ameaças de ato violentos em represália ao decreto de isolamento rígido no município. A solicitação foi enviada pelo Conselho Municipal da Saúde do Município para o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

O decreto, medida contra a disseminação da Covid-19, entrou em vigor no último sábado (15) e segue até o próximo domingo (23). Estão proibidos serviços como casas lotéricas, bancos, comércios em geral, dentre outros. É autorizado apenas o serviço de entrega, inclusive por aplicativo.

O MPCE afirmou ao G1 através de nota que recebeu o ofício do Conselho Municipal de Saúde de Quixeramobim. O documento foi encaminhado à 1ª Promotoria de Justiça da comarca, responsável pela tutela da saúde pública. O MPCE já fez contato com o comando geral da Polícia Militar sobre o pedido do Conselho.

O Comando Geral da PM disse que desde sábado, após o decreto da prefeitura, o contingente foi ampliado. Caso haja necessidade, o número de policiais será reforçado mais uma vez, segundo o comando.

Desrespeito ao decreto municipal
A prefeitura de Quixeramobim afirmou que, por conta do aumento no número de casos da doença, o município decidiu adotar o isolamento rígido. Segundo a gestão, mesmo com o decreto, é observado alguns comerciantes abrindo estabelecimentos. A fiscalização não é respeitada e, por muitas vezes, os agentes de fiscalização são desrespeitados e ameaçados, segundo a prefeitura.

Segundo a presidente do Conselho Municipal da Saúde, Rosangela Alves Sá, a atual gestão recebeu ameaças de possíveis atos de violência por conta das determinações sanitárias impostas na cidade. As ameaças exigiam a abertura imediata do comércio.

“Foram ouvidos alguns áudios de pessoas sinalizando uma possível mobilização para haver manifestações contra a vida de funcionários e equipes de fiscalização. Atos contra as decisões e ações impostas no decreto que visa tão somente o controle do vírus em nosso município”, afirmou Rosângela Alves.

Ainda segundo Rosângela, no documento, o conselho afirma ao MPCE que o contingente da polícia militar que é inferior à necessidade do município mesmo em tempos considerados ‘normais’, se a existência de uma pandemia.

Reunião com setores econômicos
Rosângela reforçou que antes do anúncio do decreto foi realizada uma reunião com todos os setores econômicos da cidade onde foi estabelecido um acordo para respeitar o decreto.

“Enviamos esse documento no fim da tarde de ontem [terça-feira]. Pedimos uma ajuda ao MPCE para que juntos conseguimos construir um diálogo para conter possíveis manifestações. Lembro que fizemos uma reunião com os representantes econômicos. Ninguém sai ganhando com isso. Entendo que não é fácil para ninguém, mas o isolamento é necessário para conter o avanço do vírus”, explicou.

Segundo a presidente, a prefeitura reconhece os problemas que o isolamento traz para a economia, porém, diz que é preciso ter a contribuição de todos para que a normalidade volte ao local.

“Não está fácil para ninguém, para nenhum setor. Mas estamos enfrentando algo que infelizmente cobra de nós medidas muitas vezes não desejadas. Precisamos ser maior que esse vírus e a união da nossa população é um fator determinante contra essa pandemia”, afirmou.

Com informações do G1