PF cumpre mandados contra mães que gravavam crianças sofrendo abuso sexual

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Polícia identificou as suspeitas em conversas registradas com psicólogo preso em dezembro de 2022, em Fortaleza. — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Seis mulheres foram alvos da Operação Anêmona, realizada Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (31), no Ceará e no Rio de Janeiro. Entre elas estão mães suspeitas de abusar dos próprios filhos e de outras crianças, registrar os crimes e vender as imagens para um psicólogo aliciador por meio da internet.

Ao todo, são cumpridos seis mandados de prisão, seis mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar de afastamento do lar. As investigadas residem em Fortaleza, Maranguape, Juazeiro do Norte e Belford Roxo (RJ).

Conforme a Polícia Federal, a investigação começou em setembro de 2022, em decorrência de publicações de um psicólogo usuário em fóruns da DarkWeb, que convencia mulheres com filhos pequenos para que abusassem das crianças, produzissem imagens dos atos criminosos e compartilhassem com o suspeito.

Em dezembro de 2022, o psicólogo foi preso em Fortaleza, na Operação Psique Sombria. Na ocasião, os agentes apreenderam na casa do suspeito um notebook, uma câmera fotográfica, HDs externos, cartões de memória, uma máscara, entre outros materiais.

Ainda segundo a PF, no material apreendido com o homem foram identificados mais de 12 mil arquivos, dentre os quais havia registros de diálogos mantidos entre o aliciador e mulheres por este cooptadas para que praticassem abusos sexuais em face de seus filhos e outras crianças com quem mantivessem convívio, além de diversas mídias como vídeos, fotografias, documentos e outros elementos que retratavam de forma explícita os atos criminosos.

A polícia identificou seis mulheres, que serão indiciadas por estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, além dos crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, crimes com penas de até 45 anos de prisão.

A ação policial, com o objetivo de fazer cessar os abusos praticados pelas investigadas e resgatar as vítimas, tem o apoio dos Conselhos Tutelares de Fortaleza, Maranguape e Juazeiro do Norte. O nome dado à ação, “anêmona”, faz referência à anêmona-do-mar, animal que tem com uma de suas características não cuidar de seus filhotes. Os agentes seguem com as investigações.

Com informações do G1