13 anos depois, policial rodoviário federal vai a juri popular por matar homem em Paramoti

compartilhar no:
Policial é acusado de atirar a queima roupa e matar o homem dentro de sua casa, em 2010 (Foto: Antônio Carlos Alves)

Sertão Central: A sentença contra o acusado de matar um homem em Paramoti pode, finalmente, sair nesta quarta-feira (5), 13 anos depois do crime. O policial rodoviário federal Alisson Francelino Primo senta no banco dos réus em um julgamento onde o juri popular vai decidir se ele é culpado pela morte de um empresário, em julho de 2010, naquela cidade.

Essa é a segunda tentativa da Justiça de julgar o crime. Em 2019, Alisson Primo foi condenado a 14 anos de prisão por homicídio qualificado, mas o julgamento foi anulado, levando à realização do novo juízo, nesta quarta.

O crime pelo qual Alisson está sendo julgado, ocorreu  em 25 de julho de 2010, deixando a população de Paramoti abalada. De acordo com a denúncia do Ministério Público Do Ceará (MPCE) na época, “sem que tenha havido qualquer motivo”, o policial se aproximou do empresário e apicultor Benedito Barbosa da Gama, de 37 anos, e “efetuou vários disparos”, conforme o MPCE. Ele ainda tentou matar outro homem, João Batista Cardozo, mas ele conseguiu fugir pela mata.

A Promotoria de Justiça, na época, detalhou que as “vítimas foram apanhadas desprevenidas, pois não esperavam tal ação criminosa dentro da própria propriedade de Benedito”. O homem era considerado um cidadão de bem e muito querido no município.

Em sua defesa Alisson Francelino Primo tentou criar a tese de agiu em legítima defesa ao ser vítima de uma tentativa de assalto, mas de acordo com o MPCE a tese foi avaliada como “mentirosa e maldosa”.

Na sexta-feira passada, 30 de junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido da defesa para transferir o julgamento para a comarca de Fortaleza. O entendimento do Tribunal foi de que os jurados da comarca de Paramoti são imparciais. O relator foi o ministro Joel Ilan Paciornik. Com a negativa, a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) de realizar o julgamento em Paramoti foi mantida.