No Ceará, pelo três mulheres foram vítimas de violência doméstica por semana durante todo o ano passado. E o mais preocupante é que alem das mortes, os dados compilados apontam que pelo menos seis dos casos de feminicídio registrados em 2022, foram motivados porque a vítima terminou o relacionamento com o parceiro.
O dado preocupante consta no mais recente relatório da Rede Observatórios da Segurança sobre violência contra a mulher. No total, foram 145 crimes contra a mulher, dos quais 28 foram casos de feminicídio e 31 casos de violência sexual.
Em mais de 38% dos casos de feminicídio, a razão por trás do crime não foi informada. Em segundo lugar aparecem brigas em geral, que correspondem a 21,74% das ocorrências. Já o fim do relacionamento como motivação para matar a mulher, figura em terceiro lugar do levantamento, correspondendo a 14,62% dos crimes registrados.
É válido destacar que, segundo o estudo, em 75% dos feminicídios, o autor da violência é o parceiro ou ex-parceiro da vítima.
O Relatório é divulgado uma semana depois que o Ceará ficou abalado com a notícia da morte da presidente da Câmara de Vereadores de Juazeiro do Norte e médica, Yanna Brenna, e do seu namorado, Rickson Pinto. De acordo com a Perícia Forense Rick teria asfixiado a namorada e em seguida praticou suicídio. Depois do crime, se espalharam na imprensa detalhes relatados por Yanna com amigas, de que ela já nao suportava mais a relação com Rickson, inclusive vinha pagando contas dele, o que a deixava chateada.
O Relatório é produzido a partir de um banco de dados que armazena todos os dias informações sobre violência e segurança que circulam no âmbito virtual, também compilou dados de outros estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em todo o Brasil, uma mulher foi vítima de violência a cada quatro horas. Dos 2.423 casos registrados, 495 terminaram em morte. O maior número de ocorrências aconteceu em São Paulo, com 898 casos. A Bahia, por sua vez, foi o estado com a maior taxa de crescimento em relação ao boletim anterior, uma variação de 58%, e foi também o estado nordestino com o maior índice de feminicídios. O Ceará, por sua vez, teve um aumento relacionado ao número de casos de violência sexual, que anteriormente, havia sido 17.
Com informações do jornal O Estado CE