Rombo nas Lojas Americanas pode afetar venda de ovos de páscoa; entenda

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Dívida com fabricantes de chocolate pode afetar a venda do produto (Foto: divulgação)

Com o rombo de mais de R$ 40 bilhões que a obrigou a pedir recuperação judicial, as Lojas Americanas pode ver afetado um dos seus principais postos: o da detentora de maior estoque e vendas de ovos de páscoa. A crise na empresa pode afetar o preço do produto por que as Americanas tem, entre os credores que deve, as principais marcas fabricantes de chocolate.

De acordo com os detalhes do jornal O Estado de São Paulo, as Americanas possui em aberto um valor devedor de R$ 429 milhões com seis empresas fabricantes de chocolate. A Nestlé é a principal delas para quem a empresa deve a maior fatia do bolo: R$ 259.370 milhões. Arcos, Hershey, Garoto, Ferrero do Brasil e Mondalez (que fabrica os chocolates Lacta), também estão entre as empresas para quem a Americanas deve.

No próprio pedido formal de recuperação judicial, a Americanas cita como a crise pode afetar os preços e a venda de ovos na Páscoa. “Apenas para elucidar o impacto do Grupo Americanas no setor varejista, […] a crise do grupo pode afetar até mesmo o preço do ovo de Páscoa, pois se trata da maior varejista de ovos de Páscoa do mundo!”, diz o trecho do documento.

Foi exatamente esse trecho do documento que preocupou os consumidores e também os empresários do ramo. As empresas fabricantes de ovos de páscoa, estariam bastante preocupadas com as vendas para a data. A preocupação deriva do fato da Americanas se auto intitular dona da “Maior páscoa do mundo”, e por essa razão, ser a maior compradora de ovos de chocolate. A empresa vendia ovos por preços bem menores do que sua concorrência.

Mas essa realidade pode ser alterada. Com os valores que já existe em aberto para com as empresas do setor de chocolate, a Americanas pode não ter a mesma chance dos anos anteriores de comprar e fazer grandes estoques. Segundo o Estadão os empresários estão querendo oficializar a venda sob a condição de pagamento à vista para não correr o risco de ficar no prejuízo, mas a Americanas pode não ter essa condição financeira.

Se não entrarem em um consenso, é o consumidor que deverá sair prejudicado. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas reconhece que a Americanas é uma “importante parceira de negócio da indústria” e que acompanha de perto as “atualizações e decisões tomadas pela empresa”. A empresa não comentou o assunto.