Região Central: Leitores e internautas repercutem durante todo o dia desta sexta-feira (20) a matéria que recorda os 20 anos da tragédia envolvendo duas topiques no trecho Quixadá/Banabuiú, que terminou com 21 pessoas mortas. Através de mensagens e comentários, alguns deles que participaram do dia do acidente e sobreviveram, deram relatos fortes e emocionantes.
A matéria foi a primeira do dia do Revista Central e recordou o acidente que se tornou um dos mais trágicos da história do trânsito cearense, e o pior do Sertão Central até hoje. Os relatos na matéria na página do Revista Central no instagram são carregados de emoção.
“Perdi meu pai nesse acidente”, escreveu Angélica Andrade. “Foi assim que minha família ficou incompleta”, comentou Nay Santos, outra leitora. Muitos trouxeram em palavras aquilo que a matéria destacou: uma data difícil de esquecer. “Lembro como se fosse hoje, uma cena que nunca vai sair da minha mente”, disse Helena Silva. Lucilene Santos foi enfática: “Jamais esquecerei esse dia. Foi uma tragédia impactante”.
O Revista Central entrou em contato com alguns desses leitores que trouxeram os relatos mais impressionantes. Um deles foi David Silva. Morador de Banabuiú, na época ele tinha um ano e se salvou porque sua mãe desistiu da viagem. “Ela conta que entrou na topique, mas estava muito apertada, ela saiu e falou que ia esperar a outra”, disse. Se a mãe de David tivesse viajado naquele carro, ele certamente estaria entre as vítimas.
Arleide Fernandes, uma das leitoras que viu a notícia no instagram do Revista Central, trouxe um relato semelhante. O irmão dela também sobreviveu porque na última hora, porque também desistiu de ir na topique. “Foi muito triste, meu irmão estava mas desceu minutos antes do acidente”, explicou.
Teresinha Cardoso, que morava em Banabuiú na época, é uma das sobreviventes. Hoje morando em Juazeiro do Norte ela contou ao Revista Central que lembra do acidente com um misto de emoção e gratidão. “Falar a respeito do acidente mesmo depois de 20 anos, é como se tivesse sido ontem. Naquela manha sai de Banabuiú para Quixadá com muitos planos, no começo de um novo ciclo da minha vida, estava muito feliz e não sabia eu que tudo iria mudar”.
Apesar dos resquícios da tragédia, hoje ela lembra do trágico dia com o coração agradecido por estar viva. “Cada cicatriz, cada cirurgia, tudo exatamente tudo passou a ter outro sentido. Só me vem uma palavra à mente: gratidão a Deus”.
O desfecho de Teresinha não foi o mesmo da maioria dos passageiros. Lirisse Machado testemunhou na cena do acidente o resgate dos corpos. “Tinha dez anos na época e quando cheguei lá, pouco depois do corrido, vi vários corpos no chão”. A cena de um bebê entre os mortos e uma senhora sendo resgatada, insistem em não sair de sua memória. “Quando estavam tirando ela da topique, ela ainda estava viva, mas caiu para trás e morreu. Passei muito tempo com essas imagens na minha cabeça”.