Vigilante do hospital de Itatira afirma que médico demorou meia hora para atender criança de três anos que morreu

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João Gabriel com o irmão e digital influencer, Paulo Henrique; criança morreu no hospital de Itatira (Foto: arquivo pessoal)

Sertões de Canindé: A hipótese de negligência médica por parte de um médico em Itatira, durante atendimento ao pequeno João Gabriel da Silva, foi reforçada com o depoimento de um vigilante que afirmou para a Polícia Civil que o profissional demorou cerca de meia hora para atender a criança. Ela morreu após dar entrada no hospital três vezes.

O caso aconteceu na última segunda-feira (18) no distrito de Lagoa do Mato, zona rural de Itatira. João Gabriel deu entrada no hospital três vezes e na terceira não resistiu e faleceu. O médico foi afastado do cargo e a Polícia Civil começou a ouvir os envolvidos.

Segundo os detalhes revelados pelo delegado titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Canindé, Daniel Aragão, ao jornal Diário do Nordeste, o vigilante que trabalhava no hospital no dia do ocorrido, relatou que o médico demorou trinta minutos para atender João Gabriel.

Depois de ter sido procurado no seu quarto onde repousava pelo vigilante, o médico “disse que ia descer. Depois de meia hora, a família reclamando da demora, o vigia foi novamente chamar o médico, aí que o médico desceu. Essa foi a parte principal do vigilante”, disse Aragão ao Diário do Nordeste.

O depoimento do vigia foi colhido na última semana junto ao depoimento de outras sete pessoas, entre profissionais de saúde que também estavam de plantão no Hospital de Lagoa do Mato naquele dia. O vigilante, no entanto, é peça fundamental para a Polícia apurar se houve negligência, como acusa a família da vítima.

Desde então o médico foi afastado das suas funções pela Secretaria de Saúde de Itatira. O advogado dele publicou nota na última sexta-feira onde esclarece que a morte de Gabriel pode ter relação com um surto de bactéria que foi percebido no município, e que vítimas acometidas pela infecção, tendem a evoluir rapidamente para um quadro grave que ocasione a morte da vítima, independente do atendimento oferecido.