Tombados pelo Iphan e cenário de paisagens: Monólitos de Quixadá conferem charme à cidade

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Monólitos de Quixadá: principal característica da cidade (Foto: reprodução)

Quixadá: Quixadá possui diversos atributos e aspectos que são responsáveis por torná-la um diferencial entre as demais cidades. A cultura, o lazer, o turismo. Mas nenhum destes elementos tem um poder maior de destaque do que os monólitos quixadaenses, as formações rochosas que circundam o município. Sem dúvida, são eles o principal destaque de Quixadá como um todo.

Formações rochosas formam paisagens de encantos e belezas (Foto: reprodução internet)

Visto de cima ou de um ponto distante como a rampa de voo livre que existe próximo ao Santuário de Quixadá, é possível notar que a cidade foi desafiada a se erguer em meio aos monólitos. É como se Quixadá emergisse entre as pedras, não à toa que o município recebeu o carinhoso apelido de Terra dos Monólitos.

No período de seca, eles ficam ainda mais vistosos, em meio aos arbustos de galhos cor de cinza, denotando ainda mais o aspecto das pedras por que existem por ali. Quem faz o percurso dos município que circundam Quixadá, como Quixeramobim, Banabuiú, ou Ibaretama, consegue notar os monólitos de um ponto de vista com ainda mais destaque durante a viagem.

De tão importante, em setembro de 2004 as formações rochosas foram reconhecidas como patrimônio e tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por sua importância natural. O Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá é uma unidade de conservação de proteção integral do tipo monumento natural que tem o objetivo de preservar os inselbergs (ou monólitos) característicos da região por sua raridade, singularidade e beleza cênica.

O Conjunto Paisagístico dos Serrotes, nome atribuído pelo Iphan aos Monólitos de Quixadá, é constituído por formações geomorfológicas em monólito. Desde 2010, faz parte da Associação Mundial de Montanhas Famosas (em inglês, World Famous Mountains Association – WFMA). Até então, o único representante do Brasil na entidade era o Geopark Araripe, na região do Cariri.

Histórica pedra do Cruzeiro em fotografia da década de 80, do IBGE

Os monólitos também podem receber o nome de batólitos ou inselbergs. Apesar de também se encontrarem nos municípios cearenses de Quixeramobim e Quixelô, é em Quixadá que se encontram o maior número deles. Segundo a geologia, as formações podem ser explicadas por erosões, e não por erupções vulcânicas, como se diz. A origem do fenômeno tem quase 600 milhões de anos.

Muitos dos Monólitos se destacam por seus formatos e por sua característica, não é a toa que o cartão-postal de Quixadá é uma pedra, a da Galinha Choca, que fica bem em frente ao Açude Cedro, uma formação que confere uma paisagem indescritível misturada ao pôr do sol nos fins de tarde.

Ela já foi palco de grandes momentos e até de produções cinematográficas, como o filme O Cangaceiro Trapalhão, rodado pela equipe de humoristas Os Trapalhões, em 1983. No filme a Galinha Choca é a protagonista da inesquecível cena dos enormes ovos de ouro que surgem rolando ladeira abaixo.

E tem até uma gigantesca pedra no meio da cidade, a do Cruzeiro, que confere uma visão toda especial de Quixadá, destacando seu cenário diferenciado em meio aos demais municípios cearenses.

Os monólitos também são responsáveis por tornar Quixadá conhecida como um dos municípios mais quentes do Sertão Central. Acredita-se que as pedras seriam capazes de deixar o clima da cidade ainda mais quente. No entanto a meteorologia ainda não encontra um método que explique e fundamente essa tese.

Quente ou não, fato é que esse é o menor dos detalhes. Quixadá é rica em belezas naturais e se destaca nestes 151 anos por diversos atributos, mas sem dúvidas são as formações rochosas que erguem a fama de Quixadá aqui e inclusive lá fora. Falar em Quixadá é falar de monólitos, uma relação inseparável.