Brasileiros saíram às ruas neste domingo em São Paulo e Brasília em manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro, em meio a críticas à sua gestão da pandemia de Covid-19.
Centenas de pessoas caminharam pela manhã na Esplanadas dos Ministérios em Brasília para se expressar contra o presidente de ultradireita. “Todos pela democracia”, “Contra o racismo e o fascismo” e “O terrorismo é a política de extermínio do governo”, diziam alguns dos cartazes exibidos.
Muitas marcharam vestidas de preto e protegidas por máscaras. Foi a primeira manifestação contra Bolsonaro em Brasília desde o início da pandemia. “Recua fascista, recua, é o poder popular que está na rua”, cantavam os manifestantes.
Um grupo menor, a favor de Bolsonaro, também se concentrou no coração do poder político. Os seguidores do líder que minimiza a Covid-19 costumam se reunir nos finais de semana, com a presença de Bolsonaro, em frente às sedes dos poderes públicos pedindo o fim do confinamento, “intervenção militar com Bolsonaro” e atacando representantes do Congresso e da Suprema Corte.
Um cordão policial foi destacado para separar os dois protestos. O ministro do gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, aproximou-se para cumprimentar as tropas.
Outras manifestações foram convocadas em São Paulo. Um grupo a favor do presidente combinou de se concentrar ao meio-dia na avenida Paulista. Movimentos sociais e torcidas de futebol “pela democracia” marcaram no Largo da Batata, a cerca de 6 km de distância.
Autoridades locais pediram para manter os atos separados para evitar confrontos.
No domingo passado, a primeira manifestação ocorreu em São Paulo contra o governo federal. Torcedores de dois times rivais de futebol caminharam na Avenida Paulista “contra o fascismo”. Eles foram dispersos pela polícia com armas sônicas e gás lacrimogêneo, depois de alguns confrontos contra apoiadores de Bolsonaro, que se encontravam a poucos metros de distância, questionando as medidas de contenção da pandemia.
O Brasil enfrenta uma grave tensão política, enquanto registra mais de 600.000 casos e 35.000 mortes por C0vid-19.
Bolsonaro ataca governadores, prefeitos e outras autoridades pela determinação de quarentenas e defende a publicação parcial de números da doença, que ele classificou como “gripezinha”, impedindo o amplo acesso a dados da pandemia.
Apesar dos números crescentes, várias cidades começaram a relaxas as medidas de contenção nesta semana.
Com informações do Opovo