Região Central: A grave a situação do presidente da Câmara Municipal de Quixadá, Francisco Ivan Benício de Sá – o “Ivan Construção”, afastado do cargo e preso preventivamente por ordem do juízo da 3ª vara da Comarca de Quixadá, por suposta participação em um grande esquema criminoso envolvendo fraudes em licitações, a cada dia fica mais delicada diante do rol de provas recolhidas nas operações.
Documentos obtidos por Revista Central, com base nas ações movidas pelo Ministério Públicos Estadual, citam que “foram identificadas ligações fielmente que demonstram que o investigado Francisco Ivan, após a operação “Fiel da balança”, destruiu provas e subtraiu documentos públicos que possam o incriminar, configurando ainda o tipo penal do art. 305, do Código Penal.” Diz o promotor em sua peça acusatória.
Ivan teria praticado crime de obstrução de justiça, falsificação de documento público e uso de documento falso, segundo o MPCE.
Conforme o promotor de justiça, no dia 16 de agosto de 2018, a PROCAP, com o apoio da Polícia Civil, deflagrou a operação “Fiel da Balança”, que resultou, dentre outros, no afastamento do atual prefeito de Quixadá, Ilário Marques.
No mesmo dia, às 09h13min27seg, a chefe de gabinete da Prefeitura de Quixadá, teria efetuado ligação telefônica para Francisco Ivan, presidente da Câmara de Vereadores que seria intimado acerca do afastamento e Ilário Marques, orientando-o a não ir para a Câmara. O promotor entendeu que houve embaraçamento assim a atuação do Poder Judiciário e do Ministério Públicos. “A manobra consistiu em dificultar e tentar impedir o recebimento do oficio n°. 347/2018 – DIVIRECCRIM da lavra do Desembargador Francisco Lincoln Araújo e Silva cujo destinatário era Francisco Ivan, presidente do legislativo municipal”.
Acrescentou que o oficio chegou a ser recebido pelo vice-presidente, que informou, que Ivan Construção estava em Fortaleza, realizando exames médicos.
O promotor requisitou copia da ata da supracitada sessão da Câmara que ocorreu no dia da operação, e lá constava que Ivan teria faltado e apresentado atestado médico. Então, o MPCE pediu cópia desse atestado para comprovar. “Este remeteu à Promotoria cópia de atestado lavrado pelo médico OMA MURAB DE OLIVEIRA, com timbre da prefeitura municipal de Quixadá“, cita o MPCE.
Segundo o promotor de justiça, Naelson Marques Barros Junior que assinou o petição: “Ocorre que foram captadas ligações telefônicas realizadas por Francisco Ivan em que este revela que não estava na cidade de Fortaleza e tampouco doente, revelando que não foi à câmara para não receber a comunicação do Desembargador acerca do afastamento do prefeito Ilário Marques.
Ao ser solicitado cópia do atestado, “Ivan apresentou atestado alegando suposta infecção, atestado este falso, conforme se comprovou pelas interceptações telefônicas”, garante o promotor.
O objetivo era obstruir a sessão para que o vice-prefeito João Paulo não assumisse tão cedo o Poder Executivo Municipal.
