Interceptação: Universitária que estudava manhã e tarde era “funcionária fantasma” da Câmara de Quixadá; veja os diálogos com Ivan

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Região Central: O Revista Central teve acesso com exclusividade ao material em que serviu como provas para denunciar o presidente da Câmara Municipal de Quixadá. Em um dos esquemas, Francisco Ivan Benicio de Sá-Ivan Construção se diz preocupado com “funcionários fantasmas” na Câmara.

Para uma “funcionária fantasma”, que é universitária e estuda durante a manhã e tarde, Ivan Construção pediu para que ela só estudasse durante o período vespertino. Em uma das interceptações telefônicas, logo após o afastamento do prefeito Ilário Marques, em agosto de 2018, o vereador se mostrava bastante preocupado com a sua situação.

Ivan Construção começou a destruir provas e buscar meios para falsificar documentos que dificultassem qualquer investigação contra a sua pessoa, no entanto, esqueceu que ligações através de celular ficam gravadas.

Em um dos trechos, que consta na ação penal, “Ivan pergunta para MNI se ela estuda de manhã e à tarde; MNI diz que é; Ivan pergunta pra MNI se não tem como ela estudar só à tarde”. O objetivo era para evitar suspeita no esquema. O Ministério Público não identificou o nome da funcionaria MNI, mas as investigações estão bem avançadas para identificar.

Em outro trecho, confirma a situação e Ivan pede a sua funcionária fantasma para ir o Poder Legislativo durante o período da tarde, mas apenas para assinar a frequência: “Ivan diz que queria que ela fosse todos os dias na Câmara de manhã e a tarde assinar a frequência, então falando lá porque ela nunca foi assinar a folha de pagamento”. MNI chegou a pedir apenas para assinar a frequência manhã e tarde para que não trancasse algumas disciplinas na Faculdade, no entanto, Ivan disse não.

“..MNI pergunta pra Ivan se ele não pode tirar ela da folha de pagamento, porque é muito mais vantagem tirar ela da folha de pagamento, porque se ela trancar essas disciplinas ela vai para uma outra turma…”, trecho do diálogo via telefone obtido pelo Ministério Público com ordem judicial. Ela sugere passar seis meses sem pagar a faculdade e no final, os dois pagariam.

Ivan chegar a dizer que não seria para MNI trabalhar, apenas assinar o livro de ponto. A comissionada e o vereador Ivan buscam fórmulas para outro esquema e chegam a sugerir um terceiro em seu lugar, sendo que este receberia um agrado. Ela chega a dizer que recebia mais de dois mil reais sem trabalhar.

O Ministério Público não chegou a identificar quem seria MNI, pois o celular com terminação **7779977, que deu origem as interceptações entre Ivan e a funcionária do esquema criminoso pertence a pessoa de Marta Vânia.

Confira cópias da denuncia do Ministério Público Estadual que confirmam o conteúdo da reportagem. As partes não foram localizadas para apresentar as suas versões.

Ivan Construção e uma pessoa identificada como MNI tiveram conversas interceptadas por onde judicial (foto: reprodução)

Ivan Construção e uma pessoa identificada como MNI tiveram conversas interceptadas por onde judicial (foto: reprodução)

Ivan Construção e uma pessoa identificada como MNI tiveram conversas interceptadas por onde judicial (foto: reprodução)