Coluna Amadeu Filho: Wal Tavares – a ‘muralha’ que a torcida quixadaense não esquece

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wal0O ex-goleiro foi convidado por José Abílio, então Wal passou a defender o Quixadá Futebol Clube, realizando um grande sonho.

Numa linda tarde dos anos 60, na Rua Tenente Cravo (conhecida como Rua do Prado), onde dizem que as estrelas são mais bonitas, o casal Francisco Tavares e Maria Teresa acompanham num velho rádio “Semp”, o jogo final da copa do mundo de 1962, no Chile. Como um foguete, um menino entra na sala e dispara: “Papai, Mamãe, quando crescer, quero ser igual ao Gilmar”. Fransquinho Tavares então falou que, para ser um grande goleiro, como o da seleção brasileira, tinha que estudar muito e nunca faltar às aulas do Colégio do Padre. 

Este garoto era Francisco Edwaldo Freitas de Sousa, o Wal Tavares, que viria a se tornar um dos grandes goleiros do futebol cearense, tendo brilhado no Quixadá Futebol Clube, Icasa, Guarany e foi também, ídolo no futebol de salão, defendendo as cores do Balneário, Penarol (comandado pelo Célio Oliveira), Tiro de Guerra(time formado pelo sargento Paulo). Wal não começou atuando como goleiro, no campo do Via Férrea, jogava na zaga da equipe do Santos, time montado pelo hoje comentarista Everton Lopes. 

walUm dia, o goleiro Farinha faltou ao treino do time do Quartel e o Sargento Moésio mandou aquele adolescente ficar no gol com a recomendação de que não poderia falhar. Para surpresa de todos, Wal fechou o gol, pegou todas. “Não deixou passar nem mosquito”, como se dizia naquele tempo. Aos 16 anos, foi convidado por Manuel Bananeira (seu grande professor) para jogar no Balneário. Neste grande time de nosso salonismo, encontrou grandes goleiros como Valdenir, Lamartine e Marco Aurélio. Jogou ao lado de outras feras, como Camurça, Romero Filé, Genésio, Zé de Barros, Helano, Tim e Blasco. 

Wal sagrou-se 8 vezes campeão municipal, defendendo o Clube Alvi Verde. Nunca esqueceu um presente que recebeu de seu querido pai, Fransquinho Tavares, ainda criança. Foi uma camisa, toda preta, mangas cumpridas, número 1 nas costas. Seu pai era grande admirador do goleiro Lev Iashin, conhecido como “aranha negra”, da URSS. Nos botequins com os amigos, comentava ser pai de um garoto que um dia seria um grande goleiro e igual ao “aranha negra”. 

Convidado por José Abílio, Wal passou a defender o Quixadá Futebol Clube, um grande sonho. O presidente o viu atuando na escolinha do Bangu e equipe do 13 de Maio (dirigida por Joaquim Barbosa) e não teve dúvida em levá-lo para o canarinho. Encontrou no técnico Freitinhas, o apoio necessário para seu novo momento. Com 17 anos, já era goleiro de uma equipe profissional. Mas esperou algum tempo para se firmar como titular e ganhar a confiança da torcida. Lá encontrou alguns atletas amigos como Tomé, Helano, Lucivaldo, Zenóbio, Romero Filé, Airton, Gaguinho e outros. Estreou no gol do Canarinho, numa partida amistosa contra o Ferroviário. 

Em jogo oficial, sua estreia foi em Juazeiro do Norte, contra o Guarani, entrando no decorrer da partida. O seu jogo inesquecível foi aquele em que defendeu um pênalti, já nos acréscimos, num jogo memorável contra o Ceará. O time da capital precisava vencer para chegar a final do certame cearense e teve esse pênalti a seu favor, numa marcação duvidosa da arbitragem. A consagração do goleiro foi ainda maior porque este jogo era o de número 13 da loteria esportiva. Wal foi escolhido o melhor da partida e foi destaque em programas da “TV”. 

Atualmente, o ex-goleiro é professor de Educação Física, exercendo a atividade em diversos estabelecimentos escolares da terra dos monólitos. É casado com a professora Goréti Guerreiro e desta união nasceram os filhos Bruno e Victor, seus maiores tesouros. 

wal1Sempre lembra com muita saudade dos queridos irmãos professora Júlia, Eduardo e Ednardo, hoje todos morando com Deus. O ex-craque lembra que os maiores goleiros que já viu atuar foram Lulinha, Hélio Show, Manga, Gilmar, Mundinho e, principalmente, Máfia. Torcedor fanático do Botafogo, acompanha todos os jogos do seu querido alvinegro.

Ainda hoje, se emociona quando um torcedor o reconhece na rua e fala: “Você foi aquele goleiro que pegou pênalti contra o Ceará!” Wal não perde um só jogo do Canarinho e torce durante os 90 minutos. Seu grande sonho é a criação de um espaço para divulgar a história do futebol quixadaense. Não há como negar, Wal foi um grande ídolo da torcida canarinha! E dela ganhou o apelido carinhoso de “A Muralha”.

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Amadeu Filho
Colaborador da RC
Radialista Profissional
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