O escândalo é bem mais grave, um ‘cemitério’ foi encontrado na fazenda de propriedade da família do vereador Augusto César-Duda.
O Ministério Público do Estado do Ceará-MPCE, já tomou conhecimento e deve adotar as devidas providências, possivelmente do maior escândalo dessa gestão municipal. Aproximadamente três mil caixas de dipirona sódica estavam ‘jogadas’, em posto de saúde do bairro Carrascal, porém, a unidade está desativa e totalmente aberta. Populares faziam o uso do medicamento sem prescrição médica.
Uma comissão formada pelos vereadores Higo Carlos, Kleber Júnior, Ereni Tavares-Capitão, Kelton Dantas e Audênio Moraes, foi até o posto de saúde desativado e constatou que havia o depósito com milhares de caixas desses remédios. Centenas se venceram no dia 15 de março de 2015, mas a maioria tem prazo de validade para o fim desse mês. Outras milhares de caixas estão com vencimento programados para os meses de julho, agosto e outubro.
Quando a comissão chegou, acompanhada pelas reportagens do portal Revista Central e da FM Central, flagrou populares levando caixas de remédios. Moradores denunciaram que nunca presenciaram um guarda municipal no local, para resguardar o bem público. “Esses remédios chegaram há quase um ano e foram abandonados”, denuncia um popular.
A porta de acesso ao prédio estava aberta e sem qualquer indicio de arrombamento. Ainda segundo outros moradores, durante o feriado da consciência Negra, 25, dois veículos estavam retirando as caixas do posto e não sabem pra onde estavam sendo levados. “Eles deixaram a porta aberta e disseram que qualquer pessoa poderia pegar os remédios”.
‘Cemitério’
O escândalo é bem mais grave, um ‘cemitério’ foi encontrado na fazenda de propriedade da família do atual presidente da Câmara Municipal, vereador Augusto César-Duda. Lá, foi possível constatar que os medicamentos estavam sendo incinerados de forma irregular e sem qualquer autorização da vigilância sanitária e dos órgãos ambientais, denunciou a comissão de vereador.
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No ‘cemitério dos medicamentos’ havia restos de frascos de dipironas, pomadas e de dezenas de remédios. Os medicamentos têm a logomarca do governo federal e o número de série do SUS, sendo assim, possível de identificar se pertencia a Prefeitura Municipal de Quixadá.
A Polícia Civil foi acionada pelos vereadores, mas por não ter viatura disponível, foram enviadas duas viaturas da Polícia Militar, que constatou o caso. Parte das caixas foi exposta para fora do prédio, para ser levada a Delegacia Regional de Polícia Civil, mas houve recusa do recebimento, pela Polícia Judiciária. Um advogado e uma farmacêutica da prefeitura foram até o posto e assumiram que o medicamento será guardado em local apropriado.
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Absurdo
Cerca de 1.500 caixas de dipirona sódica estão com prazo de vencimento para este mês de março, enquanto isso, falta medicamrntos nas unidades de saúde do município de Quixadá. Os vereadores querem saber o motivo que levou a Secretaria Municipal de saúde a não fazer a distribuição para as unidades hospitalares.
Denuncia formulada
Os vereadores foram até a Promotoria de Justiça de Quixadá e registraram a denuncia, junto ao promotor Francisco Elnatan Carlos de Oliveira. Os represetantes da Prefeitura Municipal de Quixadá registraram um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil.
Poucos horas, os vereadores protocolaram um pedido de instauração de uma Comissão Processante para investigar e até mesmo cassar o mandato do prefeito João Hudson, além de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquerito-CPI para investigar a saúde e a folha de pagamento da Prefeitura de Quixadá. A votação de recebimento será na sessão desta sexta-feira, 27.
Questionada a cerca da incineração do medicamento, a farmacêutica da prefeitura não quis responder.
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