Ícone do rádio Amadeu Amadeu Filho, homenageia o Mestre radialista Adolfo Lopes

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No dia do radialista, 07 de novembro, o portal Revista Central homenageia todos os profissionais do Sertão Central.

As primeiras canções de amor, o primeiro convite para as quermesses, as novenas do lugar, a chamada para dançar um forró pé de serra até o sol raiar, as lágrimas ao ouvir uma canção de Vicente Celestino por um “não” recebido de uma linda sertaneja. Os Serviços de alto-falantes (ou radiadoras) devem ser considerados como parte da memória histórica de uma cidade. Através de depoimentos de pessoas com mais idade, pode-se resgatar muitos informes desses belos dias.

Em Quixadá, a partir de l938, Adolfo Lopes dirigiu até o final de sua vida, o “serviço de alto-falantes Solon Magalhães” que atingia um bom número de ouvintes, pois naqueles anos, a bela Terra dos Monólitos ainda não atravessava o incessante processo de urbanização. “A radiadora do mestre Adolfo” era sim, o nosso veículo de comunicação. Era a nossa “Globo”, o nosso “Facebook”, “twitter”, enfim, o máximo em termos de convivência entre as pessoas.

Não tinha horários definidos para funcionar, dependia da importância do comunicado.  Cedo da manhã, a voz divina de Luisa Lopes invadia os lares de Quixadá. E a mãe, com muito carinho, tentava acordar a criança para a escola: “Filhinha, a dona Luisa tá avisando que é hora da escola”. Durante as festividades do ano, a “Solon Magalhães” chamava as pessoas para participarem dos eventos.

Na época natalina, às praça principal da cidade ficava cheia de gente, numa explosão de alegria, com barracas, namorados suspirando ouvindo as canções que o mestre colocava. Havia lágrimas, em especial dos mais velhos quando a voz de Carlos Galhardo invadia a praça; “Eu pensei que todo mundo fosse filho de Noel”.

A “radiadora do mestre” se mantinha com os reclames, convite-enterros, convite-missas, os recados de amor e claro, sempre teve isso, anúncios de políticos. Perguntava-se ao mestre se a divulgação de candidatos no alto-falantes ajudava na eleição dos mesmos, a resposta vinha na hora: “Se for ruim de voto, nem Deus elege”.

O serviço de alto-falantes Solon Magalhães foi sem dúvida, a grande escola para aqueles que sonhavam em se tornar comunicadores do rádio. Nomes como Amadeu Filho (na foto, com o professor), Jonas Sousa, Raimundo Sousa, João Camurça, Ribamar Lima, Mon’t Alverne Barreto e muitos outros, receberam do Mestre, as técnicas, os segredos e muitas e muitas coisas para se tornarem profissionais do microfone.

Não só pela memória afetiva, mas por ter sido de grande utilidade para a nossa cidade, o “serviço de alto-falantes Solon Magalhães” é sempre lembrado.  O Mestre nos deixou em 16 de junho de 1997. Com certeza, Adolfo Lopes da Costa foi um construtor de Quixadá.

Acessando o blog Amadeu Filho você terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Quixadá.

Amadeu Filho
Colunista da RC
Radialista Profissional
Acesse também o blog Amadeu Filho

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