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Moradores de Quixadá sofrem com a sujeira do Açude do Eurípedes

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Polo_lazer_euripides231Moradores de Quixadá sofrem com a sujeira do Açude do Eurípedes. Pedem solução para revitalizar o local.
Uma das mais belas atrações turísticas desta cidade, o parque de lazer Lagoa dos Monólitos, conhecido popularmente como Açude do Eurípedes, está completamente abandonado. Além da sujeira, o mato, entulhos, carrocerias e até portões obstruem a passagem no calçadão e na ciclovia, no entorno do lago.

Criações circulam no meio do lixo. O número de currais e a ocupação irregular aumentam na área verde de Quixadá, situada nas proximidades do anel viário de acesso às CEs 060 e 265. A vizinhança reclama e exige providências.

Não bastasse a sujeira, os moradores estão preocupados com a obra do Polo de Atendimento do Campo Velho, na margem da lagoa. Os serviços foram paralisados por determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A piscina inacabada está acumulando água. O bairro apresenta um dos maiores índices de infestação do mosquito da dengue. O tanque de concreto é ideal para proliferação da larva.

A professora Thel Pinheiro não arrisca suas caminhadas quando começa a escurecer. Ela não se conforma com a situação em que aquela área de lazer se encontra. Raro de encontrar uma calçada limpa. Para ela tamanha riqueza natural deveria ser melhor cuidada.

Pelo menos a limpeza deveria ser feita periodicamente. Incentivaria os moradores a fazerem o mesmo. “Nenhuma outra cidade desta região possui beleza igual. Se pudessem disputariam a qualquer custo uma atração dessa natureza”, completa ela.

Para a dona de casa Maria Felícia Ribeiro, se os órgãos públicos não agirem o mais rápido possível os efeitos da destruição serão irreversíveis. Quando o açude surgiu, a água era limpa e havia fartura de peixe. Agora ela sonha com a revitalização do reservatório. Quem sabe um dia ainda possa ver os filhos e netos nadando. “Antes, é preciso cuidar e preservar”, afirma.

Para o geógrafo Alexandre Queiroz Pereira, limites de 30 a 40 metros da margem da lagoa, quando está cheia, devem ser respeitados. Ele se refere ao Polo de Atendimento. Observada a perspectiva urbanista, os espaços devem ser utilizados, para evitar especulações imobiliárias e posses irregulares. Mas para ele não faz sentido a construção de uma piscina praticamente na beira da água. A rede de saneamento básico está sendo concluída. Em breve os esgotos clandestinos não serão mais despejados no lago. “Será mais salutar se a comunidade puder aproveitar os recursos hídricos naturais”.

Entrave

Sobre o abandono, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), Carlos Vitorino Cavalcante, justificou o embargo do Iphan como principal entrave. Toda a área da lagoa é tombada como patrimônio natural nacional. Somente com a liberação do órgão federal será possível reiniciar as obras. O laudo, elaborado por técnicos do Instituto será encaminhado à Justiça Federal. A vistoria foi realizada na semana passada.

De posse da autorização judicial, os calçadões e a ciclovia serão desobstruídos. Quem passou a utilizar irregularmente as margens da lagoa será convidado a se retirar. Caso os invasores insistam em descumprir a ordem, serão acionados legalmente. O objetivo é limpar toda a área recuperando a estrutura original. O projeto de complementação da urbanização do parque será alterado.

O técnico do Iphan proibiu a construção de passarela suspensa na margem da CE-060, sobre o espelho d´água. Carlos explicou que o Iphan ordenou a retirada de parte das rampas da pista de bicicross e também inviabilizou a ampliação do calçadão e da ciclovia, complementado o entorno do conjunto monolítico da lagoa. Mais de R$ 1 milhão está disponível na Caixa Econômica. “A Prefeitura de Quixadá deve iniciar os serviços o mais rápido possível”.

Fique por dentro
Unidade de proteção

O Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá é uma unidade de conservação de proteção integral do conjunto geográfico composto por uma cadeia de monólitos com o objetivo de assegurar a preservação dessas formações rochosas, características da região por sua singularidade e beleza cênica. A unidade foi criada pelo Iphan, em 25 de outubro de 2002.

Entre seus objetivos, além da preservação da riqueza natural, estão garantir o equilíbrio ecológico face às intervenções antrópicas bem como promover o desenvolvimento econômico por meio de atividades ligadas ao ecoturismo.

A poligonal de tombamento dos Monólitos de Quixadá é composta por 13 conjuntos, sendo o mais famoso a Pedra da Galinha Choca. Tem mais de 200 mil ha numa extensão de 20km. Em 2010, o Monumento dos Monólitos passou a integrar a Associação Mundial de Montanhas Famosas, com sede na China.

Mais Informações :

Prefeitura do Município de Quixadá
Rua Tabelião Enéas, 649
Telefone: (88) 3412.3864

Alex Pimentel
Reportagem
Fábio de Oliveira
Foto
Informações com adaptação na manchete do Diário do Nordeste.


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