José Ramony Emanuel de Melo Costa estava preso preventivamente desde o dia 1º de novembro. Policiais acharam vários celulares e R$ 40 mil na casa do policial penal.
O policial penal José Ramony Emanuel de Melo Costa, de 29 anos, ex-diretor de presídios e suspeito de facilitar a entrada de celulares para detentos de unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza, foi oficialmente afastado do cargo pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD)
O afastamento de um servidor público é considerado uma medida preventiva para evitar a prática de novas infrações e impedir que o servidor interfira nas investigações. A decisão emitida pelo controlador-geral, Rodrigo Bona Carneiro, foi tomada no dia 8 de novembro e publicada no Diário Oficial do Estado na quinta-feira, dia 14.
Além do afastamento preventivo, o controlador determinou a instauração de um procedimento administrativo disciplinar contra Ramony e definiu a equipe que vai apurar o caso.
Ramony foi preso na última quinta-feira (31) de outubro após ser convidado para um evento em um presídio. Ele foi capturado no intervalo para café e lanche, conhecido como coffee break.
Após a refeição, ele foi retirado e levado para a sala da direção, onde policiais civis e penais o aguardavam para prendê-lo. Lá, ele recebeu voz de prisão.
Além do mandado de prisão temporária, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor. Na ocasião, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, mais de R$ 40 mil em espécie, além de um carro de luxo do policial. O agente foi autuado por corrupção passiva majorada e associação criminosa.
Na sexta (1º), ele passou por uma audiência de custódia, ocasião em que teve a prisão temporária convertida em preventiva. Durante a audiência, ele negou as acusações e afirmou que o dinheiro encontrado com ele seria para o conserto do carro.
“Esse dinheiro eu ia destinar ele para pagar o conserto do meu carro, que ele tá com vazamento de óleo, enfim, trocar o óleo do câmbio. Esse dinheiro que estava lá era para isso. […] Eu não sou criminoso, eu não sou bandido”, disse o agente, aos prantos.
O advogado do policial penal, Walmir Medeiros, afirmou que “não há nenhum indício” de que José Ramony tenha cometido o crime do qual é suspeito e que ele já havia combatido a entrada de celulares nos presídios.
“Por enquanto, não há provas contra ele, além de depoimentos de presos, presos dizendo que foi ele que colocou aqui. Muitas vezes se faz isso para culpar alguém, exatamente alguém que estava sendo contra, alguém que estava prejudicando”, disse a defesa.
Com informações do G1