A mais recente edição do levantamento anual feito pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), concluiu que 32 barragens do Ceará estão classificadas em Categoria de Risco Alto. O dado consta no Relatório Anual de Segurança de Barragens de 2023.
De acordo com o documento 400 barragens foram fiscalizadas. O Ceará tem apenas 157 açudes oficiais monitorados pela Cogerh, mas pela quantidade de barragens fiscalizadas fica evidente que construções particulares também estão incluídas no estudo.
O número de estruturas que apresentam alguma situação de risco equivale a 8% do quantitativo total de estruturas existentes. Os riscos encontrados são problemas de erosão, deformação no solo, infiltração ou surgência de água no barramento e anomalias como erosão, no vertedor (estrutura por onde a água é dispersada) das barragens. O resultado completo pode ser conferido aqui.
De acordo com o relatório, 51% das barragens fiscalizadas (o que equivale a mais da metade das 400 estruturas listadas no estudo), não possuem nenhum plano de gerenciamento de risco, o que acende um alerta: o que esses proprietários poderão fazer em caso de risco na estrutura? eles saberia que atitudes tomar para evitar um colapso?
O mesmo estudo ainda listou as barragens que apresentaram problemas em 2023. Naquele ano, devido às fortes chuvas, algumas barragens arrombaram causando mortes, um resultado quase nunca visto no Ceará. “Foram relatados 6 incidentes, onde houve comprometimento parcial da estrutura e 11 acidentes caracterizados pelo colapso total dos barramentos”, diz um trecho do estudo.
Um dos pontos que chama atençao é que, diferente das edições anteriores, no estudo deste ano a Cogerh não listou quais são as barragens que apresentam risco, se limitando apenas a informar a quantidade. A medida não foi explicada, mas certamente o órgão deve estar adotando uma postura mais preventiva e evitar o pânico entre as populações dos municípios.