Na última semana o País celebrou o Dia de Finados. É nesta data em que muitas pessoas homenageiam entes queridos que já se foram e remete aos momentos de perda daqueles que amamos. Mas ela também nos leva a refletir sobre um ponto importante: porque é tão difícil para algumas pessoas, aceitar a morte de quem se ama?
A morte é uma certeza inevitável da vida. Mesmo assim, o luto é um dos processos mais dolorosos para a maioria das pessoas. “O enlutado precisa de atenção e cuidado e, quando falamos em luto, podemos remeter tanto às pessoas que faleceram quanto às perdas que ocorrem ao longo da nossa vida”, explica a a psicóloga Juliana Murta, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM).
Existem alguns estágios pelos quais o indivíduo que está passando pelo período de luto pode experimentar. O primeiro deles é a negação. No segundo estágio podem surgir sentimentos de raiva, revolta e ressentimentos. O terceiro é a barganha, no qual a pessoa começa a “negociar” essa dor, pensando no que poderia ter sido feito de diferente e o que foi cometido de errado em relação às situações do passado. O estágio seguinte seria a depressão, com uma tristeza mais intensa, angústia e choro. O quinto estágio, quando as coisas começam a caminhar de forma mais tranquila, é a aceitação, trazendo um novo significado tanto para a perda quanto para a vida futura.
A especialista afirma que os familiares e amigos também podem ajudar o enlutado com acolhida, afago e companhia. “Esse acolhimento pode ser através de um abraço, de uma escuta”, explica. Para melhorar os sintomas do luto, uma das principais indicações é aguardar o tempo. “Quanto mais o tempo passa, os sentimentos que eram negativos vão se tornando positivos e as lembranças boas da pessoa falecida tornam-se a principal condição futura”, completa Juliana.
O mais preocupante é o luto patológico, aquele luto mais prolongado e com sintomas graves, como alucinações com a pessoa que partiu, desejo que a pessoa volte, negação, perda do interesse por atividades rotineiras, desânimo, solidão, insônia e afastamento das lembranças da pessoa falecida.