Pelo menos 104 pessoas tiveram complicações na visão depois de contraírem um fungo nos olhos, durante um multirão para realizar cirurgias de Catarata, oferecido de forma gratuita à população. Sete pessoas estão cegas e uma teve que remover o globo ocular por completo devido a gravidade.
O caso está acontecendo em Macapá, em pacientes que se inscreveram para fazerem procedimentos por meio de um programa chamado Mais Visão, financiado pelo Governo do Amapá. As cirurgias são feitas por uma empresa contratada com mais de R$ 6 milhões de verba de uma emenda parlamentar feita pelo senador Davi Alcolumbre.
Em setembro 141 pacientes foram atendidos e destes, 104 apresentaram complicações. Foi descoberto após exames que os pacientes tinham contraído o fungo Fusarium, que provocou um quadro de endoftalmite, tipo raro de infecção produzido pela ação de microrganismos que penetram na parte interna do olho, como tecidos, fluidos e estrutura.
Dos mais de 100 pacientes infectados, sete ficaram completamente cegos e não voltarão mais a enxergar. Um deles precisou ser submetido à evisceração (remoção do globo ocular) após contrair endoftalmite.
O suporte dado às famílias pela empresa responsável pelos procedimentos também é acompanhado de perto pelo governo do estado. Os pacientes estão recebendo serviços médicos 24 horas, medicação, transporte, deslocamento a outros estados e atendimento psicológico.
O Ministério Público do Amapá ouviu representantes de órgãos envolvidos no que se refere como “incidente” no Programa Mais Visão. Participaram do encontro o governador do Amapá, Clécio Luis; a secretária de Saúde, Silvana Vedovelli; o procurador-geral do estado, Tiago Albuquerque; e a superintendente de Vigilância em Saúde, Ana Cláudia Monteiro.