A dona de casa Ana Paula Rodrigues, de 47 anos, de Sobral, a 245 km de Fortaleza, que usava um liquidificador para substituir a perna amputada, recebeu a prótese há uma semana. Ana Paula aguardava há mais de um ano em uma fila de espera para receber o equipamento da Prefeitura de Sobral. Agora ela diz está “reaprendendo a andar” com o equipamento adequado.
“Fiquei muito tempo sem andar. Fase de adaptação, pois faz só oito dias que estou com ela. Só tiro para dormir e para tomar banho. Muita felicidade e graças de Deus vai dar tudo certo. Agradecer o Mateus, nem conheço o bichinho, mas Deus o abençoe. Mesmo sem me conhecer fez isso por mim e hoje estou bem melhor”, afirmou.
A prótese foi doada pelo youtuber paulista Matheus Lordelo da Silva Sena, mais conhecido como Matheus Yurley, que se sensibilizou com a história da cearense.
“Foi um pequeno gesto que mudou minha vida. Parece que não é nada. São pequenas coisas do cotidiano que você acha que não é nada. Fazer minha comida em pé e ir ao banheiro. Prazer de fazer tudo em pé”, diz emocionada.
Prótese improvisada gera riscos de infecção
O médico ortopedista Eduardo Vasconcelos avaliou a prótese improvisada pela família e destacou que, a longo prazo, a alternativa pode causar problemas como infecções e até mesmo atrapalhar quando a prótese definitiva chegar.
“Como o copo de liquidificador e o PVC não foram feitos sob molde para o coto de amputação da paciente, isso vai gerar pontos de pressão maior em algumas regiões. Isso começa a ferir o coto, começa a fazer úlcera e ser uma porta de entrada para infecções que podem até colocar em risco a vida da paciente, em casos de sepse”, indica o especialista.
Um dos pontos mais sensíveis na produção das próteses, que são feitas sob medida, é a região chamada molde. O molde é a ferramenta que conecta o membro amputado àquela área mecânica da prótese. No caso de Ana Paula, por exemplo, o molde deve conectar o coto de amputação à região da canela da prótese.
Com informações do G1