HRSC usa ferramenta internacional na obstetrícia e há três anos não registra óbito materno

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Equipe do HRSC usa ferramenta no apoio a gestantes de risco (Foto: Ascom Sesa/HRSC)

Quixeramobim: Dar à luz a um bebê costuma ser a realização de um sonho para a mulher, mas alguns problemas que se revelam durante a gravidez podem colocar a saúde dela em risco. Adotar métodos que garantam assistência adequada e reverter cenários críticos é um desafio que o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) segue desde 2020, com o uso de uma ferramenta que aponta riscos de mortalidade materna e consegue alertar as equipes a tempo para salvar as gestantes.

O hospital da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) trabalha com o Sistema de Alerta Obstétrico Precoce Modificado (Meows), um método criado no Reino Unido baseado na verificação de sinais vitais que, quando alterados, indicam quadros graves que podem levar à morte da mãe e do bebê. Com o Meows, a unidade de Obstetrícia do HRSC já está há quase três anos sem registrar morte materna.

“Ele identifica síndromes hipertensivas, hemorrágicas, infecções e tromboembolismo, que são as quatro principais causas de mortalidade. É 89% mais sensível do que as outras escalas, e diz às equipes o que o corpo da gestante está indicando, para orientar quais protocolos usar”, explica a enfermeira do setor de Obstetrícia, Cris Angela. Na prática, o Meows classifica os riscos em verde, amarelo ou vermelho. A cor muda, quanto maior for a alteração dos sinais vitais. A partir das cores amarelo e vermelho a monitorização se torna mais frequente, indicando o que a equipe vai precisar fazer.

Com 43 anos, a professora Antônia Nubes Cardoso soube da eficiência do protocolo na prática. Com 36 semanas de gestação, ela chegou do município de Iracema ao HRSC com a pressão arterial bastante alta, ou seja, com a probabilidade de complicações no parto.

Com as orientações da ferramenta, a equipe levou Nubes imediatamente para o Centro Cirúrgico e o desfecho esperado deu lugar a uma nova chance para a mãe e a pequena Valentina, sua primeira filha. “Hoje eu tenho noção que, graças, primeiramente, a Deus e depois aos profissionais daqui, eu e a Valentina estamos com vida. Aqui foi o local certo para eu vir”, afirma.

O coordenador-geral de Enfermagem do HRSC, Daniel Rodrigues, lembra que a ferramenta torna a equipe mais autônoma e atenta a salvar a vida da mãe e do bebê. “O Meows tem esse diferencial: é mais oportuno na tomada de decisão. Ele assiste a mulher desde o pré-parto, até o parto e o pós-parto. A ferramenta vai desde a chegada dessa mulher até a saída dela do Centro Cirúrgico”, conclui.