Região Central: O açude Arrojado Lisboa de Banabuiú deve começar a liberar 1.700 litros de água por segundo, para perenização e abastecimento rural de municípios da região e do Vale do Jaguaribe. Com a medida de alocação a previsão é que o açude perca um metro e oitenta centímetros de sua cota atual.
A decisão foi tomada pelo Comitê da Bacia do Banabuiú em uma reunião no início do mês, no IFCE de Quixadá, para deliberar sobre a operação de vazão. O encontro reuniu equipes da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) e da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Na ocasião também foi definida a liberação de água de outros dois açudes, o castanhão que deve ter vazão de 18 mil litros por segundo, e o Oró, que vai liberar 5.200 litros por segundo.
De acordo com a Cogerh a perenização dos 1.700 litros de Banabuiú se dará para garantir a seguinte programação: 30 l/s para CAGECE Ibicuitinga, 20 l/s para Sistemas de Abastecimento Rural, 600 l/s para PROMOVALE (região do rio banabuiú que vai do açude até o Perímetro Irrigado de Morada Nova), 800 l/s para PIMN e 200 l/s para Jusante Morada Nova (múltiplos usos).
Um detalhe pode fazer a diferença
A água deve ser liberada a partir de 1º de novembro deste ano. A estimativa prevê que a liberação se dê até o dia 31 de janeiro de 2024, quando a Cogerh realiza uma nova reunião para rever os cálculos e avaliar se as estimativas dos estudos feito antes da liberação, se aproximou do cenário que vai ser observado depois da água ser liberada.
Mas isso só deve acontecer se até lá as obras de recuperação das válvulas do véu de noiva estiverem concluídas. As obras tiveram início este ano e estão previstas para ser concluídas em novembro, quando a alocação de água terá início. Se esse prazo não for cumprido, a Cogerh deve definir uma nova data para soltar a água.
De modo geral a população costuma receber com temor as decisões da Cogerh em liberar água dos açudes, uma vez que muitos temem falha nos estudos. Em anos anteriores a população de Banabuiú chegou a culpar o órgão pela perca gradativa de água do açude, até que ele chegasse a um dos níveis mais secos de sua história, entre 2014 e 2015.
Mas embora a medida seja polêmica, municípios que possuem açudes não podem impedir que a água seja alocada em operações de vazão, isso porque a água é considerado um bem universão de uso comum, e não particular. A Cogerh é o órgão que faz o gerenciamento da água no estado do Ceará e cabe a ela tomar essa decisão.