Apesar do mês de abril ser considerado chuvoso, as precipitações diminuíram se comparadas com o período de trinta dias passado. Embora não seja possivel afirmar com certeza, são quase certas as chances de que essa situação comprovevá de encontro ao que cientistas do clima e do tempo noticiaram deste mês: o La Niña, fenômeno meteorológico responsável por favorecer as chuvas, chegou ao fim. O que deve prevalecer a partir deagora é o El Niño, fenômeno que causa o cenário oposto: a estiagem e as altas temperaturas.
No início de abril a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou que o fenômeno La Ninã tinha encerrado um ciclo que durou três anos, previsão que também já tinha entrado no radar do Intituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na semana passada, a NOAA emitiu uma nova nota onde além de confirmar o que já havia dito anteriormente, foi ainda mais enfática ao prever que existe 90% de chance de se observar, de agora em diante e pelos próximos anos, a escassez de chuvas em boa parte do País.
Especificamente para o Ceará essa informação traz peocupação porque o El Niño pode comprometer o período chuvoso de 2024. As chuvas que já estão perdendo força é um sinal que a previsão dos cientistas pode estar correta: com o ciclo do La Niña encerrado, deve começar um período chamado pelos estudiosos de neutralidade, ou seja, chuvas mais brandas até que o El Niño começe a atuar com força total.
Funceme alertou
Em Janeiro deste ano, quando mostrava o resultado do prognóstico de chuvas para 2023, o gerente da Funceme Eduardo Sávio Martins, disse que a atuação forte do La Niña, responsável por indicar as chances de chuva acima da média em 50%, sinalizavam que o El Niño viria logo em seguida. Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste a meteorologista da Funceme, Meire Sakamoto, disse que apesar do fim do La Niña as chuvas deste ano não devem sofrer alterações significativas.
Mundo em alerta
Não é só o Ceará e o nordeste que deve sofrer as consequências, mas o mundo todo. Cientistas climáticos disseram em entrevista a agência de notícias Reuters que o mundo pode quebrar um novo recorde de temperatura média em 2023 ou 2024, impulsionado pelas mudanças climáticas. “Durante o El Niño, os ventos que sopram para o oeste ao longo do equador diminuem e a água quente é empurrada para o leste, criando temperaturas mais quentes na superfície do oceano”, disse a Reuters.
Na falta de algo que transporte o calor na direção do Índico, as águas do Pacífico ficam cozinhando ao sol, sem se moverem muito, e acabam mais quentes. Com isso, as regiões Norte e Nordeste tendem a ficar menos chuvosas, enquanto as chuvas ficam mais frequentes no Sul. Outra característica do fenômeno no Brasil é deixar as temperaturas mais quentes no inverno no Sudeste e na segunda metade do ano no Centro-Oeste.