Réus e testemunhas depõem em audiência sobre chacina em Ibaretama que deixou 7 mortos em 2020

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Réus, testemunhas e autoridades que investigaram o caso foram ouvidas (Foto: reprodução Instagram)

Quixadá: A Justiça do Ceará, por meio da 1ª Vara Criminal da Comarca de Quixadá, colheu em audiência nesta quarta-feira (1º) os depoimentos de testemunhas e dos réus envolvidos na chacina de Ibaretama, que deixou sete pessoas mortas em novembro de 2020. Entre as vítimas estava uma criança de sete anos.

Na audiência de instrução e julgamento, que proceder-se-á à tomada de declarações de vítimas, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, e os interrogatórios dos réus, fase do processo prevista no Código de Processo Penal, que foi presidida pelo juiz Dr. Welithon Alves de Mesquita.

Seis testemunhas, entre eles, dois são delegados de Polícia Civil responsáveis na apuração do bárbaro crime na época e cinco réus foram interrogados nesta quarta. Entre réus a então vereadora de Ibaretama, Edivanda de Azevedo (PT), denunciada pelo Ministério Público Estadual de dá suporte aos executores da chacina, e o principal acusado, Wanderson Delfino de Queiroz, vulgo “Interior”.

De acordo com a 1ª Vara Criminal de Quixadá, “conforme as investigações conclusivas, os fatos estão associados a disputa entre facções criminosas rivais”. Todos os réus investigados pela chacina permanecem presos. O Revista Central tentou colher detalhes da audiência, mas o processo corre em segredo de justiça.

Relembre o caso

A chacina ocorreu na madrugada do dia 26 de novembro, no distrito de Pedra e Cal, em Ibaretama. O Ministério Público do Ceará (MPCE ofereceu denúncia contra “Interior”. Para o órgão foi ele que, na companhia de outras pessoas, fazendo uso de armas de fogo, praticou homicídio consumado.

Foram mortos: Luana Melo da Costa, Osvaldo da Silva Lima, Wellington Lima Silva, Eduardo de Lima Silva, Francisco Gabriel Pereira da Silva, Edinardo de Lima Silva e Willian da Silva Rodrigues. Os réus também são acusados de tentativa de homicídio contra Lúcia Helena da Silva Lima que foi baleada.

São oito os presos preventivamente apontados na chacina de Ibaretama, além da vereadora petista Edivanda de Azevedo, seus filhos Francisco Victor Azevedo Lima e Kelvin Azevedo Lima, o irmão da política, Edvan Lopes dos Santos (vulgo “Ezim”), e Josenias Paiva Lima de Andrade(vulgo “Zói”), João Paulo de Oliveira Campelo e Interior.

Em dezembro daquele ano, um relatório produzido pelo setor de inteligência da Polícia Civil, detalhou o modus operandi do crime: a casa onde aconteceu a chacina funcionava como uma espécie de QG de integrantes da GDE e os réus teriam recebido ordem do CV, facção rival, para matar as vítimas.

Às três da manhã, um grupo formado por cerca de 10 criminosos chegou ao local com rostos cobertos, bateram na porta se passando por policiais, ordenaram que a porta fosse aberta, renderam as vítimas e em seguida passaram a atirar.

“Interior”, é apontado ainda como o responsável pelas mortes de sete pessoas, registradas em novembro de 2020, na região. Ele possui antecedentes por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa. (foto: divulgação).

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