Entenda porque Quixeramobim está em estado de emergência mesmo com tantas chuvas

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Barragem de Quixeramobim começa a registrar aportes com chuvas (Foto: Rede Social)

Quixeramobim: No início dessa semana o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) do Governo Federal, divulgou nota onde citava o município de Quixeramobim numa lista de 46 municípios brasileiros que tiveram situação de emergência reconhecida. O MDR disse que o município de Quixeramobim sofria com a seca, e rapidamente a notícia causou estranheza na população, porque o que se vê são açudes cheios e a barragem começando a registrar aporte.

O membro da Defesa Civil de Quixeramobim, Pedro Paulino, procurou o Revista Central para esclarecer o fato. Não houve má fé do município em pedir situação de emergência, mesmo quando as chuvas banhavam a região. “Demos entrada nisso já está com cerca de dois meses e só na sexta tivemos essa decretação reconhecida pela Defesa Civil Nacional”, afirma Pedro Paulino. “É apenas para que as pessoas saibam que a gente não iniciou esse processo agora”.

Ele explica que o município deu entrada no processo no início de fevereiro, período em que ainda não havia cenário hídrico favorável como o de agora, que demonstrasse não ser necessário recorrer ao decreto, ou que garantisse a Quixeramobim não ter nenhum problema com a seca ou a estiagem.

“Inclusive nosso relatório fotográfico enviado ao Ministério (do Desenvolvimento Regional), ele está datado com altitude e longitude, mostrando que os mananciais estavam secos, a própria barragem estava seca, foi feito inclusive os registros de imagens e enviado”, explica.

Pedro Paulino está correto: em fevereiro os dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) mostram que não havia aporte na barragem. Os números da Funceme também mostram que no bimestre Janeiro/fevereiro as chuvas no município ficaram abaixo da média. (Foto: Rede Social)

Cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pela Defesa Civil Nacional estão aptas a solicitar recursos para atendimento à população afetada. As ações envolvem socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada.

O membro da Defesa Civil Municipal afirma, no entanto, que apesar das chuvas de agora, ainda não há relatórios técnicos ou algum parecer que comprove que o município vá permanecer numa situação hídrica segura. “A gente nao tem total segurança de que não vamos sofrer com a falta de água daqui há quatro, seis meses”, mas caso o cenário permaneça favorável, ele disse que o decreto poderá ser reavaliado.

“A gente vai sentar na próxima semana e analisar os cenários. Se tivermos o parecer técnico que prove que o município tem segurança hídrica e não vá precisar de poço profundo e operação carro pipa, podemos analisar a possibilidade de revogação do decreto”, explicou Pedro Paulino.