Região Central: Antônio Jonh Lennon de Araújo Pinheiro, 33 anos, apontado como o principal suspeito da “chacina de Ibicuitinga”, preso na última segunda-feira, 13, como divulgou o Revista Central, foi levado a uma audiência de custódia nesta terça-feira, 14, no 3º Núcleo Regional de Custódia e de Inquérito. O homem tinha um mandado de prisão preventiva por crime de roubo oriundo da Comarca de Alto Santos.
O Revista Central teve acesso com exclusividade ao processo enviado ao Poder Judiciário e nele contém os depoimentos de policiais que participaram da ação para prender o custodiado, bem como dos proprietários da fazenda onde o acusado trabalhava de Jonh Lennon e sua esposa.
O fazendeiro de 61 anos, que vamos preservar a sua identidade, não tinha noção que um criminoso membro de facção criminosa trabalhava em sua fazenda, situada no Setor R, zona rural de Limoeiro do Norte. Jonh Lennon se passava por “Jovanildo” e teria chegado no dia 16 de janeiro, quando um tio, ex-funcionário da fazenda, pediu emprego ao sobrinho. A versão foi confirmada pelo suspeito.
Depoimento de Antônio John Lennon de Araújo Pinheiro a Polícia Civil
Jonh Lennon disse que não tinha conhecimento do mandado de prisão preventiva por crime de roubo, mas teria se mudado da cidade de Ibicuitinga porque policiais foram a sua procura. Ele confessou ainda que estava com medo de morrer por ser integrante da facção criminosa Guardiões do Estado-GDE e diz: “Que em Ibicuitinga as facções criminosas GDE e CV-Comando Vermelho estão se enfrentando”. Cita não saber o motivo, “mas que isso estava havendo mortes.
Prisão preventiva
Jonh Lennon ainda não está respondendo oficialmente pelo crime das mortes de Ibicuitinga. Ele foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, tendo o juiz Erick José Pinheiro Pimenta, do 3º Núcleo de Custódia e Inquéritos, decretado a prisão preventiva do acusado.
“Ademais, apesar de a pena máxima do crime em apreço ser inferior a 4 (quatro) anos, verifica-se que o autuado foi preso em flagrante, de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e munições, além de ter confessado a prática ilícita, afirmando ser integrante da facção GDE, e que ao avistar a presença dos policiais, evadiu-se para o matagal, o que, por si só, demonstra a gravidade em concreto da conduta praticada pelo agente e seu alto nível de periculosidade”. Destacou o magistrado.
O juiz Erick José Pinheiro Pimenta ainda fundamentou: “Além disso, analisando os antecedentes criminais do flagrentado, verifica-se que ele possui outros procedimentos em andamento, com expedição de mandado de prisão. Desse modo, conclui-se que não há qualquer condição mínima favorável ao autuado, sendo ele investigado como suposto mandante da chacina ocorrida neste município em 11/02/2022, que resultou na morte de 4 (quatro) pessoas e 1 (uma) criança ferida, restando presentes os requisitos autorizadores para decretação de prisão preventiva.”