Prefeitura do interior do Ceará decide gastar dinheiro do carnaval construindo casas para famílias pobres

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Prefeita Juliana Aldiguieri vai investir dinheiro em programa de habilitação popular (Foto: Divulgação)

A Prefeitura de Granja resolveu cancelar o carnaval do município, para usar o dinheiro que seria gasto com a organização da festa, em um programa que prevê a construção de casa própria para famílias que vivem em situação de vulnerabilidade.

O anúncio polêmico ocorreu nesta terça-feira (17), pela prefeita do município Juliana Aldiguieri, através de suas redes sociais. Cerca de R$ 2 milhoes devem ser utilizados para a construção de cerca de 120 casas, para atender as famílias que carecem de uma moradia.

O dinheiro será aplicado em um projeto de habitação popular, que deverá ser votado em regime de urgência pela Câmara de Vereadores. A proposta já foi enviada pela prefeita e deve ser votada em breve. Assim que aprovada, os recursos passam a sair dos cofres da Prefeitura, para a construção das casas. A gestão também vai doar os lotes de terra e os materiais de construção.

“Todos têm direito à diversão e lazer. Sobretudo após 2 anos de pandemia. No entanto entendemos que mais prioritário é o direito a uma moradia digna e a um lar. Infelizmente isso ainda não é possível para todos, mas aqui em Granja vamos buscar diminuir esse problema social”, disse Juliana Aldiguieri.

No meio do ano, Granja tem duas festas grandes, uma na sequência da outra: o Granchitão, que é realizado em junho, e a festa de são joão, promovida no mês de julho, também pela Prefeitura. Essas festividades estarão garantidas, bem como a tradicional semana do município.

Análise

Se não for politiqueiro, o ato de Juliana Aldiguieri é nobre. Nesta época do ano, é comum muitos prefeitos se valerem de medidas semelhantes para gerarem uma boa imagem junto à eleitores e munícipes.

Essa iniciativa carrega dois tipos de cobranças que recaem sobre outros prefeitos: o do próprio ato da prefeita de Granja em si, que cai no colo dos gestores cearenses como uma cobrança, ao estilo “se ela faz, você também pode fazer”. E outra que vem da opinião pública, que é inflamada com atos assim, e passam a criar gás para cobrar e pressionar prefeitos de outros municípios a fazerem o mesmo.

Mas a atitude é muito bem pensada. Muitos já viviam em situação vulnerável antes da pandemia, e tiveram essa condição agravada depois do período do vírus. As condiçoes pessoais para investir em habitação popular diminuíram porque materiais de construção ficaram mais caros. Ter um programa que olhe para esse povo, é no mínimo, relevante.