Preço dos combustíveis sobe em Quixadá mesmo sem alteração da Petrobras; prática é ilegal, segundo Procon

compartilhar no:
Petrobras não reajustou preço que é repassado às distribuidoras, mesmo assim combustível subiu na última semana (Fotos: RC)

A Secretaria Nacional do Consumidor vai iniciar uma investigação para apurar postos de combustível em todo o Brasil, que reajustaram os preços mesmo sem haver uma mudança no valor que é repassado pela Petrobrás às distribuidoras. A investigação foi determinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

Os combustíveis tiveram o preço reduzido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, depois que ele autorizou a desoneração dos tributos federais PIS e Cofins. Fernando Haddad, atual ministro da fazenda, sinalizou que iria revogar a decisão, o que em tese aumentaria os valores dos combustíveis, mas isso não aconteceu.

Ao assumir, Lula determinou que a desoneração dos impostos federais permanecesse até o fim de fevereiro para gasolina e etanol e até o fim do ano para diesel, biodiesel e gás de cozinha. Mesmo assim, vários postos de combustíveis reajustaram os valores nas bombas, sem nenhuma mudança nos preços repassados pela Petrobrás.

Pelo menos cinco postos, conforme levantamento do RC, aumentaram preços em Quixadá (Foto: RC)

Em Quixadá os consumidores perceberam a diferença. O litro da gasolina que estava na casa dos R$ 4,77 passou a ser vendido acima de R$ 5,50. O Revista Central verificou nesta terça-feira (3) que cinco postos do município comercializavam o litro da gasolina na casa dos cinco e cinquenta.

De acordo com o Procon a prática é ilegal, abusiva e especulativa, já que o valor dos combustíveis não sofreu alteração, uma vez que a medida de desoneração dos tributos federais não foi alterada. Tal prática, além de ser abusiva, é vedada expressamente pelo inciso X do artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, que garante que nenhum fornecedor de produtos ou serviços poderá elevar seus preços sem uma justa causa.

A associação de defesa do consumidor Proteste também rechaça a prática, ao explicar que os postos não podem repassar aumento no preço dos combustíveis enquanto ainda estiverem comercializando estoques antigos, ou mesmo produto comprado sem variação de preço (como é o caso).

Indicado para a presidência da Petrobras, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou ontem que “não há nenhuma razão para aumento dos combustíveis”. “Quem estiver aumentando preço de gasolina está sendo oportunista ou fazendo ação política, o que é pior”, disse.