Quixadá: Você já ouviu falar na possibilidade de vender seu cabelo? Uma empresa que promove uma divulgação como especializada na compra e corte de cabelo, está de passagem pela região Central e atraindo a atenção de curiosos pelo seu tipo de comércio: a comercialização de mechas naturais. Quixadá já recebeu a equipe de compradores de cabelo, que também vão estar em Canindé.
A CompraHair (é assim que a empresa divulga seu nome nas redes sociais), fez uma divulgação paga na última semana, para atrair a atenção de mulheres que estivessem interessadas em vender as mechas. “Nossos profissionais não economizam (…). Somos uma empresa que valoriza muito os cabelos”. O anúncio impulsionado chegou a várias pessoas no instagram.
A empresa esteve em Quixadá nesta terça-feira (8), anunciando que pagava “muito bem” no cabelo de quem se dispusesse a vender. Segundo os anunciantes, a avaliação é feita na hora e a vendedora dos fios sai de lá com o dinheiro na mão. Canindé é outra cidade do Sertão Central onde os profissionais vão estar. A campanha na cidade acontece nesta quarta-feira (9). Baturité e Cascavel, também no Ceará, estão na rota da CompraHair.
Em um de seus anúncios, a empresa mostra que não faz muita exigência. Ela compra todos os tipos de cabelo, desde que obedeçam a uma condição: possuam acima de 40 centímetros e que sejam natural, sem adição de química capilar, como uso de produtos para colorir as mechas ou dar luzes, por exemplo.
A venda de cabelos é algo curioso. Em geral as empresas procuram fios que não tenham ondulação. A maioria das lojas só aceita cabelos quando “estão na cabeça”. Com a moda dos alongamentos, a procura por cabelos impulsiona ainda mais o mercado. De acordo com o portal Terra, especialistas afirmam que é possível pagar até R$ 1 mil em alguns cortes. Cabelos mais claros valem mais. Em média, um corte de 50 centímetros pode ser comercializado a R$ 600.
Embora curiosa e até inusitada a venda de cabelo aos olhos do direito brasileiro não se configura como crime. O entendimento de estudiosos é o cabelo humano não constitui parte vital do corpo e consequentemente, há um entendimento ordinário que sua venda não constitui infração penal. A venda de partes do corpo e órgãos, como rins, muito comum no mercado negro de transplante, é que se configura crime.
Em 2017 a Polícia Federal apreendeu cerca de 25 quilos de cabelos naturais, que estavam sendo trazidos do Paraguai para o Rio de Janeiro. O material, usado para a confecção de perucas e apliques, estava na bagagem de um homem que desembarcou no Aeroporto Regional de Maringá, no norte do Paraná, e após uma denúncia, teve suas malas vistoriadas e descoberto o material.