Eleitores de todo o Brasil vão às urnas no próximo domingo (2), para escolher os próximos nomes que vão governar o País. E há uma semana para a definição dos eleitos em primeiro turno, um pente-fino realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou possíveis irregularidades em mais de R$ 600 milhões doados de terceiros para financiar campanha de candidatos.
Na lista de transações suspeitas estão doações até de pessoas que já estão mortas. Há também nomes de doadores que constam na lista do Cadastro Único e que recebem o beneficio social Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família), e de pessoas que estão inclusive desempregadas.
As suspeitas foram alcançadas por meio do cruzamento de dados de diferentes órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf) e a Polícia Federal (PF). Ao todo foram detectados 59.072 casos de doações ou gastos potencialmente irregulares, informou a Justiça Eleitoral.
Foram identificados, por exemplo, seis doadores falecidos e 190 desempregados. As principais suspeitas recaem sobre doações feitas por pessoas beneficiárias de programas sociais ou com renda incompatível com o valor doado. O TSE também listou mais de 10 mil situações onde um mesmo candidato recebe doações de diferentes empregados de uma mesma empresa.
Também são enviados para checagem casos em que a empresa fornecedora foi criada em 2022 e tem sócios filiados ou parentes de candidatos.
Embora sejam situações que levantem suspeita, não é possível cravar com definição absolut, nesta fase da apuração, que se tratam de irregularidades comprovadas. As doações, gastos e repasses podem der apurados, com pedidos de provas, um a um, caso haja o TSE entenda ser necessário.
Caberá agora ao Ministério Público Eleitoral (MPE) investigar esses casos suspeitos. Uma nova rodada de cruzamento de dados ocorrerá após a prestação de contas final do primeiro turno, que deve ser entregue por todos os candidatos até 2 de novembro.