Os relatórios e levantamentos com os números de ocorrências da Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS-CE) mostram, de maneira geral, que os registros de crimes e homicídios no estado diminuíram. Mas em algumas regiões, foi possível notar um aumento nas ocorrências no primeiro semestre deste ano, se comparado com o semestre do ano passado.
Foi o que constatou o Revista Central ao analisar os dados da SSPDS-CE e divulgados há cerca de duas semanas pelo jornal O Povo. A região do Sertão Central registrou aumento de quase 6% no número de assassinatos e mortes por armas de fogo nos primeiros seis meses desde 2022, conforme os dados.
Para entender o comparativo é preciso antes entender como é feita essa logística pela própria Secretaria de Segurança. Por uma questão operacional a SSPDS acopla os municípios em Áreas Integradas de Segurança (AIS) e ficam submetidas ao comando coordenado das operações da Secretaria.
Por questões geográficas, os municípios do Sertão Central são divididos em três AIS: a AIS 15 onde estão Canindé, Caridade, Paramoti, Itatira, Madalena, Boa Viagem; a AIS 22, onde ficam Mombaça e Piquet Carneiro, mas a grande maioria se concentra na AIS 20, que é formada por 13 municípios, sendo 12 do Sertão Central: Senador Pompeu, Pedra Branca, Milhã, Dep. Irapuan Pinheiro, Solonópole, Ibicuitinga, Morada Nova, Quixadá, Choró, Ibaretama, Banabuiu e Quixeramobim.
De acordo com os dados da SSPDS-CE, de janeiro até o final de junho foram contabilizados 71 homicídios na AIS 20. Abril teve 16 registros e foi foi o mês com o maior número de mortes. Janeiro teve 14 e fevereiro registrou 13. Em março e maio os crimes foram nove, segundo os dados, e voltaram a subir em junho, quando atingiram 10 registros.
Apesar das reduções nos índices de criminalidade em todo o Ceará, apontado pela Secretaria de Segurança antes do período eleitoral, quando os dados podiam ser acessados, no Sertão Central o primeiro semestre deste ano foi mais sangrento do que em 2021. Foram 71 mortes de janeiro a junho de 2022 e 67 no mesmo período do ano passado, um aumento de 5,97%.
Na AIS 15 houve redução dos crimes neste semestre. Foram 76 contra os 78 registrado em 2021. Na AIS 22 a situação foi extremamente reversa, os crimes foram poucos, apenas oito frente aos seis registrados em 2021, mas o pequeno aumento de dois casos impacta num percentual 33,33% maior, segundo as projeções da SSPDS.
No Ceará como um todo, o primeiro semestre mais violento foi na AIS 3, na Capital, onde fica a região da Grande Messejana. Os números de crimes cresceram absurdamente, o que fez com que a Secretaria de Segurança aplicasse todos os seus esforços naquele bairro. “toda a nossa prioridade hoje” se volta para aquela região”, disse ao O Povo, o secretário Sandro Caron.