A entrevista do presidente da república e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, concedida para a TV Globo, ao vivo na noite desta segunda-feira (22), rendeu mais de 30 pontos de audiência nas maiores capitais do país. A entrevista foi marcada por assuntos polêmicos e dividiu opiniões nas redes sociais, sendo considerada positiva por parte de apoiadores e negativa por oposicionistas.
Bolsonaro foi o candidato que abriu a série de entrevistas ao Jornal Nacional. O telejornal vai sabatinar os candidatos mais bem colocados na pesquisa DataFolha do dia 28 de julho e a ordem das entrevistas foi definida por sorteio. Bolsonaro foi o primeiro sorteado e até poucas semanas havia a suspeita que ele não fosse à entrevista, mas acabou cedendo e participou.
De acordo com o site teleguiado, que faz o monitoramento de audiência em tempo real, às 20h31 quando o Jornal Nacional começou marcava 27 pontos de audiência na grande São Paulo. Cerca de dez minutos depois, quando a entrevista começou a audiência foi para 30,1 pontos em São Paulo e para 32,2 pontos no Rio de Janeiro. Um ponto de audiência em SP equivale a 205 mil telespectadores ligados no mesmo programa.
Do começo ao fim, a entrevista foi marcada por pontos polêmicos. Logo no início, quando Bolsonaro foi indagado sobre xingamentos que fez a ministros do Superior Tribunal Federal (STF), disse que William Bonner estava divulgando uma fake news. “Primeiro: você não está falando a verdade quando fala “xingar ministros”. Não existe. Isso não existe, é um fake news da sua parte”, respondeu o presidente.
Em seguida a entrevista tratou do assunto transparência nas eleições. Bolsonaro afirmou que o resultado das urnas “serão respeitadas desde que as eleições sejam limpas e transparentes”. A afirmação veio depois do apresentador pedir que ele aproveitasse da oportunidade para se comprometer com os brasileiros e confirmar que aceitaria o resultado das urnas.
Sobre o assunto pandemia, outro tema que rendeu bastante questionamentos nas redes sociais, Bolsonaro respondeu que quando afirmou que pessoas que se vacinassem iriam virar jacaré, estava usando de um recurso na língua portuguesa chamada figura de linguagem. “O senhor acha que é o caso de brincadeira?”, questionou Renata Vasconcelos. “Não, não é brincadeira, isso faz parte da literatura portuguesa”, disse.
Em um balanço geral, aliados de Bolsonaro viram a entrevista como positiva. Na manhã desta terça-feira (23), jornais e veículos de imprensa como Uol e Folha de São Paulo, que afirmam ter ouvido pessoas ligadas à campanha do presidente, afirmaram sob anonimato, que vêem a entrevista como positiva. Mas para oposicionistas, as respostas na bancada do Jornal Nacional foi negativa e serviu para desmoralizar Bolsonaro.