Advogado acusado de matar a empresária Jamile Oliveira passa a usar tornozeleira eletrônica

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O advogado Aldemir Pessoa Júnior é acusado de matar a namorada, Jamile Correia — Foto: Arquivo pessoal

O advogado Aldemir Pessoa Júnior, acusado de matar a empresária Jamile de Oliveira, passou a ser monitorado pelo Poder Judiciário com tornozeleira eletrônica. A Justiça também exigiu pagamento de fiança e que Aldemir entregue as armas de fogo que possui, além dos veículos.

Áudios obtidos com exclusividade pela TV Verdes Mares exibem o advogado proferindo ofensas e ameaçando outra ex-namorada que o denunciou por agressão.

A vítima, que também é advogada, se envolveu com Aldemir após a morte de Jamile. Segundo consta no processo, o advogado deu tapas nela durante uma discussão. Além de bater e gravar as agressões para mostrar aos familiares da vítima. O caso é investigado para a Delegacia de Defesa da Mulher.

No diálogo com a ex-namorada, Aldemir intimida a mulher dizendo que ele se tornou inimigo dela e que está dando um “aviso”.

“Viramos inimigos, ok? Viramos inimigos. Fique tranquila, que nós vamos ser mais inimigos ainda, tá joia? Não se preocupe! Tô pronto para ser seu inimigo, ok? É ameaça não, cara. É um aviso. Eu adoro a concorrência, eu adoro a guerra, eu sou o rei da guerra, eu adoro, eu amo. Eu rezo porque eu amo o inferno. Vai se f… Só vou dizer mesmo que tu é uma p…”, disse Aldemir.

Morte de Jamile
A empresária Jamile de Oliveira morreu em 31 de agosto de 2019 após sofrer um tiro e ser levada ao Instituto Dr. José Frota (IJF). Ela faleceu um dia após dar entrada no hospital por complicações do ferimento por arma de fogo. O caso era tratado como suicídio até a Polícia Civil começar a investigação e levantar a tese de homicídio. A defesa de Aldemir argumentou que houve suicídio.

Em agosto de 2020, a Procuradoria-Geral de Justiça decidiu que o advogado deveria ser acusado pelo crime de feminicídio e os demais correlatos. Até aquele momento, havia tido entendimentos distintos entre membros do Ministério Público do Ceará (MPCE) e, por isso, a definição foi tomada pelo procurador-geral.

De acordo com o órgão ministerial, o advogado portou armas de fogo dentro e fora de casa, ainda tendo guardado os armamentos na casa de uma outra pessoa.