MPCE deflagra terceira fase da Operação Casa de Palha, que investiga crimes na Câmara e Prefeitura de Quixadá

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Centro Administrativo Financeiro da Prefeitura de Quixadá, alvo de buscas nas primeiras fases da Operação (foto: Revista Central)

Quixadá: O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Quixadá e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a 3ª fase da operação “Casa de Palha”, que apura crimes contra a Administração Pública no município de Quixadá envolvendo licitações para obras de engenharia e outros delitos.

De acordo com o MPCE estão sendo cumpridosmandados de busca e apreensão deferidos pelo Poder Judiciário, com o apoio da Polícia Civil em três municípios. A ação recebe o apoio do Departamento Técnico Operacional (DTO), Departamento de Polícia do Interior e do Departamento de Polícia Metropolitana.

Segundo informou o MPCE a nova fase da referida operação se dá após análise dos elementos de prova colhidos nas fases anteriores. Novos detalhes deverão ser divulgados ao longo do dia.

Mais informações em instantes

A Operação Casa de Palha foi deflagrada inicialmente em abril de 2019, junto com a operação Fiel da Balança. Ambas apuravam crimes contra a Administração Pública no município de Quixadá. As investigações apontavam para a existência de fraude em licitações, peculatos e outro ilícitos ligados à realização de obras de engenharia no município de Quixadá.

Naquela data, como resultado da operação, foram presos o presidente da Câmara Municipal de Quixadá, Ivan Benício de Sá, conhecido como “Ivan Construção”, e o diretor-financeiro do Consórcio Público de Saúde da Microrregião Quixadá na época, Neto Dias, que é genro do prefeito Ilário Marquesque. Ivan era envolvido porque possuia empresas no ramo de construção civil.

Conforme as investigações do MPCE, os crimes teriam ocorrido durante a gestão do petista Ilário Marques na Prefeitura de Quixadá, e na gestão de Ivan Construções, quando esteve à frente da presidência do legislativo. Em maio de 2019 o MPCE ofereceu a primeira de uma série de denúncias contra possíveis envolvidos. Além de Ivan e Neto Dias, foram denunciados outras três pessoas por peculato-desvio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Ivan ainda tentou recorrer da decisão e voltar ao cargo da presidência, mas em outubro de 2019, o juiz da Comarca de Quixadá, Adriano Ribeiro Furtado Barbosa, deferiu o pedido da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Quixadá e dos promotores do Gaeco, e prorrogou por mais 180 dias o afastamento das funções públicas do presidente da Câmara. Em dezembro daquele mesmo ano, Ivan Construções tentou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de habeas corpus para que fosse solto, mas o órgão negou por unanimidade, dois pedidos de liberdade que Ivan havia feito por meio de sua defesa.