Região Central: O Comitê da Bacia do Banabuiú, formado por gestores das cidades do Sertão Central e do Vale do Jaguaribe, decidiu que vai liberar no segundo semestre deste ano, uma vazão de água do açude São José II, do município de Piquet Carneiro. O colegiado de membros ainda definiu a alocação de água de outros dois açudes.
Segundo as informações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a reunião que decidiu sobre a liberação de água do São José II aconteceu na última semana, na Câmara de Vereadores de Banabuiú. Estiveram presentes na reunião 36 instituições, sendo 12 instituições de forma presencial e 26 instituições de forma online.
Do reservatório de Piquet Carneiro serão liberados inicialmente 25 litros de água por segundo, mas na deliberação ficou já acordado que a vazão pode aumentar em até quatro vezes o total inicial, chegando a uma vazão de até 100 litros de água por segundo. Os açudes Cipoada e Poço do Barro, em Morada Nova, tiveram a negociação alocada de água também deliberada, com uma vazão inicial de 5 litros por segundo.
O Comitê também fez uma previsão da liberação de água do Açude Patu que fica em Senador Pompeu, mas inicialmente a Cogerh confirmou que foi apenas aprovado um possível cenário de operação, no qual o Açude poderá operar com vazão de 120L/s. Durante a reunião, a pesquisadora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), Sandra Aquino, explanou sobre a elaboração do Plano de Bacias.
As deliberações dos comitês de bacia da Cogerh são sempre alvo de precaução por parte da população dos municípios onde existem os açudes. Em algumas vezes questões como barramentos e desvios da água, comprometeram a operação de perenização de áreas e abastecimento, causando apenas uma perda de água acumulada nos reservatórios. Em Piquet Carneiro o açude está atualmente com 72% do seu total acumulado. O órgão garante que as projeções são sempre seguras.
Embora seja amparada por estudos técnicos, as liberações de água quase sempre encontram resistência entre a população, que preferem guardar a água nos açudes para garantir o abastecimento nos municípios e evitar cenários de racionamento. Mas a Cogerh já afirmou que o aporte de água no período chuvoso deste ano garante a segurança hídrica do Ceará pelos próximos dois anos.