Papa Francisco acolhe pedido de renúncia de dom Ângelo Pignoli da Diocese de Quixadá

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Dom Angelo Pignoli: desde 2007, bispo da Diocese de Quixadá

Quixadá: dom Ângelo Pignoli não é mais o bispo diocesano da Diocese de Quixadá. O bom pastor da igreja Católica na região Central renunciou ao cargo e teve o pedido aceito pelo papa Francisco, em documento tornado oficial nesta quarta-feira (15) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A carta de confirmação da renúncia de dom Ângelo junto ao papa é assinada pelo presidente da CNBB, o arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, os vice-presidentes, arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengles e o bispo de Roraima, dom Mário Antônio, e ainda o secretário-geral da CNBB, o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Joel Portella.

No documento, o mais alto escalão da CNBB agradece a contribuição de dom Ângelo e afirma que sua caminhada foi impulsionada pelo seu zelo pastoral. “Damos graças a Deus pelo seu cuidado especial com a formação e o dinamismo desta caminhada com a vivência do Triênio Jubilar em celebração aos 50 anos da Diocese de Quixadá que se encerra neste ano, tempo marcado pela evangelização e aumento da fé“.

O pedido da renúncia de dom Ângelo se deu em função da sua idade. Conforme o Código do Direito Canônico da Santa Sé, quando completam 75 anos, os bispos possuem o direito de pedir o afastamento de suas obrigações junto a igreja.

A determinação está no Cân. 401 do documento da Igreja Católica. “Roga-se ao Bispo diocesano, que tiver completado setenta e cinco anos de idade, que apresente a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice“, o qual providenciará depois de examinadas todas as circunstâncias.

Em função de sua idade, dom Angelo apresentou o pedido e, seguindo as leis católicas, o papa acolheu a renúncia. Com isso o cargo de bispo diocesano fica vacante. A escolha de um novo nome é feita diretamente pelo Vaticano, através de nomeação da Santa Sé.

Até que um novo pastor seja nomeado o que deve ocorrer sob mais profundo e absoluto sigilo, um grupo de padres da Diocese, que forma o chamado Colégio de Consultores, escolhe um administrador diocesano, que ocupa parte das funções do bispo diocesano até que um novo assuma a função.

O compêndio de leis que rege o ofício do Clero da Igreja Católica ainda determina que o bispo, cuja renúncia ao ofício tiver sido aceite pelo papa, mantenha o título de emérito da sua diocese, podendo, caso seja de sua vontade, continuar morando na cidade onde residia. A Diocese de Quixadá não forneceu detalhes se dom Ângelo continuará morando na cidade ou se deseja residir em outro estado.

Conforme a CNBB, atualmente, o Brasil tem 162 bispos eméritos vivos. Estes bispos continuam sendo bispos, uma vez que receberam a ordenação episcopal, mas já não têm propriamente um ofício para exercer, como o comando de uma diocese. Isso, porém, não significa que eles não são mais ativos. Atualmente, já existe uma comissão na CNBB específica para os bispos eméritos. O Ceará tinha dez bispos eméritos até setembro deste ano.

Dom Ângelo

Dom Ângelo Pignoli, é italiano, nascido no dia 4 de dezembro de 1946 em Cappella Picenardi (Cremona – Itália). Filho de Carmelo Virginio Pignoli e Maria Paolina Morelli Pignoli, ambos falecidos. Era o caçula de 5 irmãos e 1 irmã.

Foi ordenado sacerdote aos 19 de março de 1976 e incardinado na diocese de Franca (SP). Foi também reitor do Seminário Filosófico Regional em Ribeirão Preto (1979-1982). Foi coordenador de pastoral(1984-1988), pároco da catedral de Franca e Vigário Geral (1988-1992). Pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga e Santa Efigênia. Vigário Episcopal para o Caminho Neocatecumenal (1988-2006). Pároco da Paróquia Divino Espírito Santo de Nuporanga e reitor do seminário maior de Franca em Sales Oliveira (1992-1999). Pároco também na paróquia Sant’ana em Franca (SP) e diretor espiritual do seminário diocesano (2000-2007).

No dia 3 de Janeiro de 2007 o Papa Bento XVI o nomeia para ser bispo da diocese de Quixadá (CE), tendo ocorrido a sua ordenação episcopal no dia 11 de março do mesmo ano em Franca, e sua posse como o terceiro bispo diocesano de Quixadá, deu-se no dia 25 de março de 2007.

Confira a íntegra da carta da CNBB com a confirmação da renúncia de Dom Ângelo.

Agradecimento a dom Ângelo Pignoli
Brasília-DF, 15 de dezembro de 2021

Estimado irmão, dom Angelo Pignoli,

Recebemos, nesta quarta-feira, 15 de dezembro, a decisão do Papa Francisco em acolher seu pedido de renúncia ao governo pastoral da diocese de Quixadá (CE).

Agradecemos a sua contribuição à diocese de Quixadá, cuja caminhada foi impulsionada pelo seu zelo pastoral fazendo com que esta Igreja Particular crescesse sempre mais no anúncio do Reino e na fidelidade a Jesus Cristo.

Damos graças a Deus pelo seu cuidado especial com a formação e o dinamismo desta caminhada com a vivência do Triênio Jubilar em celebração aos 50 anos da diocese de Quixadá que se encerra neste ano, tempo marcado pela evangelização e aumento da fé.

Que este tempo de emeritude seja também sinal de alegria em seu ministério, sempre no aconchego da Sagrada Família.

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB