Relatório aponta que 19 barragens do Ceará possuem prioridade máxima de intervenção; uma está no Sertão Central

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Relatório verificou a segurança de todas as 156 barragens que são administradas pelo governo do estado (Foto: reprodução)

Região Central: O mais recente relatório sobre a segurança de barragens dos açudes no Ceará aponta que o estado possui 19 reservatórios com estruturas que carecem de intervenção para garantir a sua segurança. Entre os açudes listados um está no Sertão Central, na Bacia do Banabuiú.

As informações detalhadas sobre a condição estrutura de segurança dos açudes compõe o Relatório de Segurança de Barragens, documento produzido anualmente pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). O documento faz uma análise de todos os 156 açudes cearenses monitoradas pela Cogerh.

Conforme os dados do Relatório, em 2020, a Companhia realizou 248 inspeções de segurança regular e identificou 1.937 problemas em todos os reservatórios. Comparando com o ano de 2019 houve um aumento de 8% na quantidade de anomalias, consequência da pandemia que provocou dificuldades para realização de serviços.

19 barragens foram classificadas com prioridade máxima de intervenção em decorrência dos problemas encontrados em sua estrutura. Uma destas barragens é a do Trapiá II, localizado no município de Pedra Branca. É o único açude da Bacia do Banabuiú que apresentou problemas em sua barragem necessitando de intervenção.

Os problemas encontrados no Trapiá II foram falta de placas de aviso; erosões nos taludes de montante e jusante; rip-rap incompleto; falha na pavimentação do coroamento; canaletas quebradas; erosões na região a jusante da barragem auxiliar; árvores e arbustos na região a jusante da barragem auxiliar; erosão na base do canal de aproximação e de restituição; sinais de fadiga ou perda de resistência no concreto da estrutura de saída.

As demais barragens com problemas encontradas foram: Acarape do Meio – Redenção; Batente – Ocara; Caldeirões – Saboeiro; Barragem do Coronel – Antonia do Norte; Jaburu I – Ubajara; Madeiro – Pereiro; Mamoeiro – Antonia do Norte; Missi – Miraíma; Olho D’Água – Várzea Alegre; Pau Preto – Potengi; Penedo – Maranguape; Poço Verde – Itapipoca; Quandú – Itapipoca; São Domingos II – Caririaçu; Tijuquinha – Baturité; Trapiá III – Coreaú e Umari – Crato.

Entre as principais anomalias registradas estão “rachaduras ou trincas no concreto da estrutura de fixação da soleira do sangradouro” e “defeitos no medidor de vazão”, como se registrou em Acarape do Meio; “corrosão e vazamentos na tubulação da estrutura de saída da tomada d’água”, na barragem Acioli, e “construções irregulares na faixa de proteção”, na barragem Jaburu I.

O relatório deixa claro que algumas das anomalias foram observadas já no relatório do ano passado, que reunia dados de 2019. No documento anterior a barragem do Trapiá II já figurava na lista como necessitando de uma intervenção. A Cogerh esclarece que até fez projetos e destinou recursos, mas a situação de pandemia prorrogou a realização da maioria das obras.

A atualização das classificações de risco das barragens resultou em 57 barragens com risco baixo, 31 barragens com risco médio e 1 barragem com risco alto. A barragem Jaburu I está classificada com categoria de risco alta devido a reincidência de fluxo de água com carreamento de material identificado no medidor de vazão 04, localizado na região a jusante da barragem.

O Relatório de Segurança de Barragens é considerado o maior confiável e importante documento sobre segurança de barragens elaborado até então. Além de atender a requisitos como transparência, o documento serviu de parâmetro para a elaboração de relatórios produzidos pela Agência Nacional das Águas, entidade do Governo Federal.