Depois de ouvir um total de 19 pessoas durante quase três meses, a Polícia Civil do Ceará concluiu o inquérito que investigava a vacinação foram de data combinada do cantor de forró, Wesley Safadão, a sua esposa, Thyane Dantas, e uma assessora do artista e concluiu que os envolvidos cometeram os crimes de peculato e por infração a determinação do poder público.
O crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal, trata-se de apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. Com pena prevista de reclusão de 2 a 12 anos e multa.
O inquérito foi enviado à Justiça que, agora vai ficar responsável por analisar e decidir quais medidas vão tomar. Além de Safadão, Thyane e a assessora, outras cinco pessoas também foram alvos de investigação. A vacinação de Safadão foi investigada pela Delegacia de Combate a Corrupção (Decor). Todos os envolvidos foram indiciados “por infração a determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa, cujas penas somadas podem chegar a treze anos de prisão”, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Os delegados que estiveram à frente do caso nos últimos três meses concluíram que Safadão, a esposa e a assessoria conseguiram se vacinar depois que um amigo do casal, manteve contato com outra pessoa que, por sua vez, conhecia membros da equipe de vacinadores da Prefeitura de Fortaleza. Foi a partir desta rede de contatos que o forrozeiro conseguiu se vacinar.
“De acordo com os delegados que conduziram a investigação, ficou caracterizado que a vacinação das três pessoas investigadas decorreu de um prévio ajuste entre elas, uma pessoa próxima ao cantor e uma outra pessoa, que por sua vez, possuía contato com os três servidores públicos, descartando a hipótese de coincidência despropositada e/ou falha, a título de culpa, das pessoas que trabalhavam no local. Ainda durante as investigações, não foram colhidos elementos de prova no sentido de que houve vantagem financeira entre as partes envolvidas, mas, tão somente satisfação de interesses pessoais”, disse a SSPDS-CE em nota.
Safadão se vacinou no último dia 8 de junho, em um shopping na capital. Uma apuração interna descobriu que o cantor não estava na lista de agendados para o local, portanto, não era o dia dele tomar a vacina. A mesma situação se aplicou à esposa. Os dois disseram que tomaram a chepa, mas a Prefeitura de Fortaleza informou que os dois se vacinaram antes das cinco da tarde, horário em que a equipe de vacinadores se destina a atender especificamente os agendados.