O resultado de dois laudos da Perícia Forense foram decisivos para inocentar um homem de 35 anos apontado como autor do estupro e do assassinato da própria mãe no município de Mulungu. O suspeito estava preso e teve a liberdade provisória concedida pela Justiça essa semana após ficar comprovado que a acusação contra ele ocorreu após um boato.
O crime aconteceu no último dia 1º de setembro, na região do Maciço de Baturité. A mulher de 64 anos foi encontrada morta dentro de casa, na companhia do filho. Um boato se espalhou na região apontado o homem como suspeito de ter estuprado e em seguida assassinado a própria mãe. Ele foi preso em flagrante por policiais da Delegacia Regional de Polícia Civil de Baturité.
A Perícia Forense foi chamada ao local e fez os levantamentos da cena do possível crime e recolheu o corpo da idosa para ser periciado no núcleo do Instituto Médico Legal (IML). Dez dias depois, os resultados dos dois exames são divulgados e comprovam que o filho não teve envolvimento com a morte da mãe.
Vários portais de notícias informaram que o homem era o acusado da morte da mãe, mas o resultado de dois laudos periciais mostraram que ao invés de ter sido assassinada, a mulher de 64 anos teve hemorragia intracraniana não traumática, uma espécie de AVC. Um outro laudo mostrou que não foi encontrado sinais de penetração nem material genético (semem) no corpo da idosa, descartando a hipótese de estupro.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Defensoria Pública Geral (DPG) ingressaram na justiça com um pedido de liberdade provisória ao homem, que foi concedido pela Vara da Comarca Única de Mulunug. O defensor público Matheus Machado ouviu o depoimento de familiares e concluiu que “restou provado que o crime não ocorreu. Enquanto dormia, a mulher teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas o boato de alguma forma se espalhou pela cidade e por isso o filho foi preso sob acusação. Agora, nossa preocupação é com a integridade física desse homem, que está acolhido por sistema de proteção. Por isso é tão importante que seja divulgado que ele é inocente para que as reparações possam ser realizadas de forma adequada”, comenta.
Em seu pedido, a Promotoria de Justiça do Ceará reforça ainda a preocupação com a repercussão do caso e informa que “o Ministério Público aguardará o término das investigações para que seja avaliada a conduta policial quanto à preservação do local de crime e observância dos regramentos legais aplicáveis à espécie”.
