O prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, foi forçado a decretar o isolamento social rígido (lockdown) no município após o governador Camilo Santana, aliado dele, colocar todo o estado do Ceará nesta condição. Antes disso, Cirilo Pimenta revelou, no dia 5 de março, que Quixeramobim não iria entrar em lockdown.
“Concluída aqui nossa reunião com o comitê covid, ficou acertado que não haverá lockdown! Apenas recomendações ainda mais restritas, um pouco, com relação ao decreto anterior”, enfatizou o prefeito no início do mês. Em uma clara tentativa de agradar a classe comerciante, Cirilo ainda prometeu: “Nós vamos fazer todo o possível para que o lockdown não aconteça aqui em Quixeramobim”.
Descartando a realidade assustadora que o município e estado viviam já naquele período, Cirilo se viu forçado a seguir governador. Ainda assim, para não desagradar eleitores, e principalmente, comerciantes, Cirilo Pimenta tentou apaziguar um protesto realizado no último dia de 19 de março, onde manifestantes pediam a reabertura do comércio local.
Sem saída, o chefe do executivo quixeramobinense tenta agora agradar à gregos e troianos. Ao lado do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Quixeramobim, Cirilo apontou que pretende se reunir mais vezes com a classe para viabilizar futuras flexibilizações, mas, ainda nesse momento, deixou escapar a situação delicada que a saúde pública de Quixeramobim atravessa.
“Hoje (20/3), por exemplo, a nossa UPA tá cheia, nosso Hospital Pontes Neto tá cheio, o Hospital do Sertão Central tá lotado” – Cirilo Pimenta, quinze dias após descartar lockdown em Quixeramobim.
A situação em Quixeramobim, assim como em todo o território cearense, impede que, por hora, seja descartada qualquer flexibilização nos próximos dias. Somente nesta segunda-feira (22), nove pessoas aguardam por transferência para leitos de UTI, em Quixeramobim, e outras três esperam por vagas em enfermarias, segundo a Sesa. Em todo o Ceará, são 913 pacientes, nesta manhã, que precisam de leitos de UTI ou enfermaria e não há vagas.