A Agência Nacional das Águas (ANA) constatou que existem três barragens com problemas e que levam o risco de se romper em municípios do interior do Ceará. Embora a informação assuste, ela revela um dado otimista: o número de estruturas de reservatórios com algums risco ou problema, diminuiu no último ano. A informação consta no Relatório de Segurança de Barragens (RSB) divulgado pela ANA nesta semana.
Conforme os estudos, as barragens que correm risco de se romper são: Várzea do Boi, no município de Tauá; Granjeiro, na cidade homônima, e ainda a barragem de Jaburu I, que fica entre os municípios de Ubajara e Tianguá. Se comparado com o ano de 2019, o número é 66% menor: naquele ano o levantamento da ANA mostrou que existiam nove barragens com risco de rompimento no Ceará, e uma delas era a barragem de Pompeu Sobrinho, de Choró.
A metodologia adotada pela ANA, no Ceará, conforme o relatório, se baseia “na avaliação do estado de conservação da barragem; avaliação do nível de perigo; a classificação de risco da barragem; e se a barragem possui ou não projeto de recuperação elaborado. Além disso, considera se há ações de manutenção/recuperação não executadas no ano de 2019”, aponta.
O relatório também detalhou os problemas técnicos de engenharia detectados em cada um dos três açudes. Na barragem de Várzea do boi o problema é a necessidade de recuperação das estruturas da barragem principal, auxiliar, sangradouro e sistema hidromecânico. Já na barragem de Granjeiro os técnicos detectaram uma percolação (passagem de água de um lado para outro da estrutura por meio de uma fissura), erosão no maciço, e vertedor obstruído. E na barragem de Jaburu I o problema era a percolação pelo maciço e erosão regressiva no canal de restituição do vertedouro.
No Ceará, existem 241 barragens registradas pela ANA, embora o número de estruturas existentes seja ainda maior. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) estima a existência de mais de 90 mil de pequeno, médio e grande porte – dentre as quais 155 são monitoradas pelo Estado e pelo Dnocs. O RSB é publicado anualmente e faz parte da Política Nacional de Segurança de Barragens. A publicação é elaborada com base em informações enviadas pelas 33 entidades fiscalizadoras cadastradas no País e mostra as diretrizes para a atuação de fiscalizadores, de empreendedores desse tipo de estrutura, da Defesa Civil e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.