Região Central: bloquear as fronteiras das cidades para reduzir as chances de trânsito do novo coronavírus foi ideia posta em prática por pelo menos 63 cidades cearenses, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgado parcialmente neste mês. O estudo entrevistou 82 das 184 cidades do Ceará, das quais 77% confirmaram a instalação dos bloqueios, entre março e agosto.
A CNM afirmou que, por política interna, não revela quais municípios responderam ou não ao questionário. Entretanto, no Ceará, um levantamento feito pela imprensa na épóca, mostrou que pelo menos 30 cidades chegaram a restringir ou fiscalizar a entrada de não-residentes, ainda em abril, destas, quatro eram do Sertão Central: Banabuiú, Mombaça, Piquet Carneiro e Senador Pompeu.
Mais de 4 mil municípios brasileiros responderam ao inquérito online, por meio das prefeituras e secretarias municipais saúde. No Ceará, 44% das cidades contatadas enviaram respostas, amostra que, estatisticamente, garante a CNM, se aproxima do resultado que seria obtido caso todas houvessem respondido à pesquisa.
Além das blitze sanitárias nas entradas e saídas das cidades, as aplicações de normas sobre obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção e de isolamento social, e de medidas restritivas para diminuição da frota de transporte público e da circulação de pessoas foram as mais aplicadas pelos gestores cearenses.
O fechamento de todos os serviços não-essenciais no estado foi decretado pelo Governo do Ceará em março, e reforçado a nível municipal por 69 (84%) das cidades incluídas na pesquisa da confederação. Outras restrições para diminuir a circulação e evitar a aglomeração de pessoas foram adotadas por 78 dos gestores. Quatro municípios não responderam ao questionamento.
A redução da frota de transporte público foi outra medida restritiva para bloquear o trânsito do coronavírus pelo território cearense. Dos municípios que responderam à pesquisa, 45 confirmaram ter diminuído a disponibilidade da frota – entre eles, 32 reduziram de 76% até 100% da circulação dos coletivos.
Medida que exige ainda mais recursos públicos, a ampliação da rede hospitalar de alta complexidade foi adotada por apenas 14 dos municípios entrevistados – outros 47 (75% dos 82 entrevistados) afirmaram não ter aumentado a quantidade de leitos de UTI para Covid-19. Apesar disso, 63 das cidades confirmaram a manutenção de uma “rede de leitos exclusiva”, constituída por vagas comuns.