Nas últimas semanas a população de Quixeramobim vem acompanhando de perto a barragem que abastecia a cidade. O motivo é que depois de vários anos sem ‘inverno’ estava completamente seca, mas veio a encher, restando poucos centímetros para sangrar.
Na manhã deste domingo, 06, quem transitou pela Rodovia do Algodão, entre a localidade de Belo Monte a sede do município, acompanhou um movimento diferente. O agricultor Francisco de Assis Leal de Siqueira, 52 anos, que mora as margens da barragem, pode finalmente pagar sua promessa. “Quando olhava esse açude seco, dava uma tristeza. Os primeiros meses com pouca chuva deixou eu preocupado e quando elas vieram no mês de abril, fiz logo uma promessa que se a barragem enchesse eu ia levar uma cruz até a sua parede e trazer de volta”.
Conforme o site O Sertão é Noticia, os primeiros 5 km de caminhada começaram por volta das 6 horas, após uma oração com familiares. No primeiro momento Francisco foi acompanhado por seus filhos e sua esposa, além de alguns amigos. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito de Quixeramobim garantiram a segurança durante o trajeto. Durante a caminhada outras pessoas aguardavam as margens da rodovia e aplaudiam a fé do agricultor. Quase 30 minutos após o início Francisco já tinha ao seu lado vários motoqueiros e populares que cantavam louvores em agradecimento às chuvas. Dona Maria das Neves, 63 anos, esperava a passagem da caminhada próxima à cidade. A mesma aproveitou e trouxe os netos para acompanhar até a chegada. “É muita fé, e temos que agradecer pelas águas, pois Deus fez mais esse milagre, de em pouco tempo nossa barragem encher”, comentou. Os primeiros 5 km de caminhada, até a ponte da Barragem Quixeramobim, durou cerca de 50 minutos. Na chegada populares aguardavam com expectativa. Seu Francisco foi bastante aplaudido e recebido por um belo arco íris que enfeitou as águas do açude.
O retorno para sua casa também foi caminhando. Ao chegar se mostrou agradecido e disse que valeu apenas o sacrifício. “Olhar para esse açude cheio é olhar para a riqueza, pois vai ter peixe, vai gerar emprego, e nós só temos que agradecer a Deus”, completou. Indagado sobre o que iria fazer com a cruz, fabricada de maçaranduba, uma madeira muito utilizada na marcenaria, de aproximadamente 8 m de comprimento, pesando cerca de 50 kg, o mesmo disse que pretende colocar ela a margem da barragem para que todos se lembrem desse momento e possamos cuidar melhor de nossa água.