Nos últimos dias, o Brasil acompanha uma triste realidade através do mundo fictício, a novela da Rede Globo aborda o assunto presente na vida de muitas famílias: a violência doméstica. Na ficção, a atriz quase sempre é espancada por meros ciúmes do seu esposo, e acaba dando chance e acreditando na mudança do agressor. Bem pertinho, na cidade de Quixeramobim, na região Central do Ceará, a jovem Mariana Cabral Maciel Góes, 18 anos, vivenciou essa cruel realidade ao manter um relacionamento amoroso por 11 meses com o empresário Kássio Robson Silva Pinheiro, 27 anos, dono de uma vidraçaria e metalúrgica em Quixeramobim.
As fotos expostas são autorizadas pela própria vítima, ela resolveu fazer de sua dor um ato para incentivar outras mulheres a também denunciar esposo, namorados ou parceiros tão covardes, assim como Kássio Robson Silva Pinheiro.
“Fui espancada pelo meu ex-namorado”
As cenas são chocantes e mostram o mais bárbaro ato de um homem motivado pelo ciúme descontrolado. Mariana Góes conta ao portal Revista Central que conheceu o seu ex-namorado em dezembro de 2016, um homem gentil e amigável, parecia menos para manter um relacionamento. “Começamos a namorar e morar juntos, no começo ele era uma pessoa maravilhosa”. Ela cita que após residir no mesmo teto, o agressor começou a modificar suas atitudes, revelando-o aos poucos, especialmente o ciúme, privando-a de usar algumas vestimentas e também amizades.
“A primeira vez que fui agredida ocorreu em março, ele me empurrou, fraturei o pé”
A vítima revela que não escondeu o caso aos seus familiares, foi aconselhada a deixá-lo, mas resolveu dar uma nova chance a Kassio. “Falei para alguns parentes o que havia ocorrido, mesmo assim, imaginava fielmente que ele iria mudar, que aquele caso foi atípico”. Cita que tinha certeza que jamais sofria tanta dor causada por quem dizia que a amava.
“Quebrou uma vassoura nas minhas costas”.
Kássio Pinheiro não cumpriu a sua promessa e no dia 01 de setembro, fez pior, “quebrou uma vassoura nas minhas costas”. Dessa vez, o agressor alegou que só a espancou pois “estava de cabeça quente”. Mariana alega que teve que inventar que havia sofrido uma queda, consequentemente tinha se machucado. “Lembro que o Kássio chorou muito e dizia que estava arrependido, que jamais teria coragem de fazer de novo”.
Para ela, a vítima de violência doméstica acredita na mudança do criminoso, “a verdade é que a própria vítima não consegue enxergar que ele jamais mudaria, acabei acreditando que ele estava realmente arrependido, infelizmente dei mais uma chance ao Kássio”.
Visando melhorar o relacionamento, “parei de estudar quando comecei a trabalhar para ele”, acrescenta. Cita ainda que “até achava carinhoso que ele quisesse me dar um lugar na sua vida, mas depois de tudo fui perceber que até nisso havia uma boa medida de abuso”.
“Na última agressão, pensava que ia morrer”
Todas as agressões foram em Quixeramobim, à última foi no distrito de Uruquê, no dia 28 de outubro, e pasmem, o motivo: “Eu não quis ir para a casa dele em Quixeramobim, pois ele já estava bebendo”.
“Era um sábado, ia ao aniversário do meu pai em Uruquê, ele[Kássio] já tava bebendo na casa do pai dele. O ex-namorado saiu e disse: “pega a cerveja que já vamos”, ela teria se recursado em virtude de já está percebendo do seu estado de embriaguez.
“Quando ele ia embora, disse: agora você vai pro inferno e começou a me bater com muros, o irmão dele conseguiu retirá-lo de cima de mim”. O agressor não se importou e passou a noite bebendo, como se nada tivesse ocorrido, inclusive, no dia seguinte teve a audácia de procurá-la.
O empresário não imaginava, mas Mariana já tinha ido a Delegacia de Polícia Civil registrar o crime e pedir medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha. “Os amigos ainda pediram pra eu tirar a queixa, mas não tirei, e ele foi preso no dia 13 de novembro, segunda-feira, mas foi solto na terça em uma audiência de custódia na cidade de Quixeramobim”.
Devido o espancamento, ela desmaiou e teve convulsão, também foi necessário ser submetida a uma cirurgia.
Possivelmente, esse elemento jamais imaginava que Mariana teria coragem de lhe denunciar as autoridades. Solto é sem dúvida um perigo para a ordem pública e principalmente para a vítima.
A atitude dessa jovem deve servir de lição e exemplo para todas as mulheres que estão sendo vítimas de agressões de seus companheiros. “A minha intenção não era expor tanto ele, mas mostrar que não depende só da justiça, pois ele foi preso e solto 24h depois”.
Mariana está em casa se recuperando das lesões sofridas, enquanto ele, responderá o processo em liberdade. Ela ‘protegida’ apenas com medidas protetivas.